Durante uma audiência pública realizada no Senado Federal nesta quarta-feira (30), o presidente da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), Flávio Acatauassú, discutiu a relevância da Ferrogrão no escoamento de grãos nas regiões Norte e Centro-Oeste do país.
Em sua apresentação, o executivo abordou os custos logísticos associados ao transporte de cargas no Brasil e os impactos da não implementação da Ferrogrão. Ele enfatizou que a via rodoviária, especificamente a BR-163, está enfrentando sérias limitações para atender à crescente demanda de escoamento de grãos na região. "A Ferrogrão terá o mesmo traçado da BR 163. Não irá concorrer com a rodovia, mas sim complementar sua capacidade de transporte, juntando-se aos modais rodoviário e hidroviário, atuando em conjunto para oxigenar os Portos", detalhou.
A Ferrogrão está projetada para conectar os Portos de Mirituba, no Pará, ao município de Sinop, no Mato Grosso. Esta obra desempenhará um papel crucial no escoamento de produtos como milho, soja, algodão, açúcar e etanol, bem como na movimentação de combustíveis, fertilizantes e produtos manufaturados da Zona Franca de Manaus, entre outros.
"A Ferrogrão será fundamental para que possamos fazer esse transporte com sustentabilidade, segurança e menor impacto ambiental. O modal ferroviário possibilita desenvolvimento com sustentabilidade, pois há menos emissão de poluentes para o meio ambiente com menor queima de combustível. Com a implementação da Ferrogão, teremos uma mitigação inicial de 50% dos problemas ambientais na região provocados pelas chamadas 'espinhas de peixe', rodovias vicinais transversais a BR, somado a redução do número de acidentes na via", completou.
Além disso, Flávio destacou os ganhos logísticos que a implementação da Ferrogrão trará para o Brasil. "Estimamos que até 2023, os portos do Arco Amazônico movimentarão 30% a mais do que em 2022. A tendência é de crescimento contínuo. Atualmente, temos uma capacidade instalada de 58 milhões de toneladas e projetamos uma expansão de mais de 42 milhões de toneladas nos próximos 15 anos. Somente a ferrovia poderá transportar essa demanda de forma competitiva, gerando impostos, empregos e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região", explicou o presidente da Amport em audiência pública solicitada pelo senador Zequinha Marinho (Podemos-PA).
LEIA TAMBÉM: