Implantação será realizada gradualmente nas máquinas SD40 que operam no transporte de grãos
A Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) está implantando gradualmente um modelo de cabine padrão em suas locomotivas. Os primeiros modelos escolhidos foram 30 locomotivas SD40, adquiridas nos Estados Unidos e no Canadá, e que operam na malha de Minas Gerais. A iniciativa busca a melhoria das condições de trabalho dos maquinistas, com itens que proporcionam uma jornada de trabalho mais confortável e segura, como ar condicionado, frigobar, forno elétrico, revestimento termo-acústico, sanitário, cadeira ergonômica e vidros mais resistentes.
Cada cabine custa cerca de R$ 50 mil e o investimento total será de R$ 1,5 milhão. As portas das locomotivas passam a ter também controle eletrônico, com permissão para acesso somente de pessoas autorizadas. Antes de serem disponibilizadas para a operação, as locomotivas SD40 passaram por uma remodelação na oficina localizada na cidade de Vitória, pertencente à Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Cada um dos equipamentos, como motores e radiadores, foi revisado e, quando necessário, foi feita a substituição por peças novas. Junto com a revisão, as máquinas foram adequadas para operar na malha da FCA, já que a bitola nos EUA é diferente da utilizada no Brasil.
“As locomotivas foram adquiridas no período 2004-2005 e foram escolhidas para o projeto das novas cabines porque já estavam na oficina para novos projetos. Assim, o processo de implantação das novas cabines poderia ser realizado juntamente com a modernização”, explica Adauto Caldara, gerente de Desenvolvimento e Manutenção da FCA. O diferencial da locomotiva está na maior capacidade de tração, que permite o transporte da mesma quantidade de carga com menos máquinas. Por exemplo, enquanto são necessárias quatro locomotivas U20 (um dos modelos usados pela FCA) para tracionar 40 vagões de carga, a SD40 realiza a mesma operação com duas locomotivas.
Das 30 unidades, 13 já estão circulando com a nova cabine padrão. “Estamos liberando em torno de cinco unidades por mês e a conclusão dos trabalhos deve ser em março”, explica Caldara. As locomotivas foram adquiridas para atuar no transporte de grãos do cerrado brasileiro para exportação.
Em setembro de 2003, a Companhia Vale do Rio Doce assumiu o controle acionário da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), responsável pela operação de uma malha com 7.840 km e que abrange sete Estados – Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Sergipe, Goiás, Bahia e São Paulo – e o Distrito Federal. Sua frota atual é formada hoje por cerca de 11 mil vagões e 500 locomotivas. Os clientes da Vale Logística beneficiam-se da integração da malha da FCA com a estrutura de logística da CVRD, que conta com mais duas ferrovias – a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e a Estrada de Ferro Carajás (EFC).