Concessões e tecnologias operacionais foram dois dos temas abordados
Discutir as melhores práticas a fim de otimizar o transporte aéreo de cargas no Brasil. Com este objetivo, executivos da International Air Transport Association (Iata) se reuniram no Brasil esta semana. Entregar propostas ao governo brasileiro também fez parte da agenda do grupo de trabalho, comandado pelo CEO da associação, Giovanni Bisignani.
Para Bisignani, o transporte de cargas é um dos mais importantes indicativos do setor. Isso porque, diz, o aumento das movimentações significa crescimento da produção, economia pulsando e consumidores em condição de investir.
No Brasil, porém, a falta de infraestrutura preocupa. Algumas iniciativas já estão em curso para tentar minimizar os gargalos. O gerente Geral da Iata no Brasil, Filipe dos Reis, anuncia que a entidade apresentou ao governo brasileiro o projeto de um sistema que tem como objetivo eliminar os papéis utilizados nos processos. “Toda a parte de recepção, liberação no aeroporto e transporte será abreviada”, garante. Segundo ele, a Iata já realizou estudos preliminares no Brasil e o país cumpre com as exigências, como, por exemplo, ter ratificado o Acordo de Montreal – resolução que permite a assinatura eletrônica em processos.
Reis explica que a fase agora se concentra no trabalho junto à Receita Federal para que sejam inseridos parâmetros operacionais de acordo com a lógica de trabalho do órgão. “Trata-se de um grande sistema. Todos os elos da cadeia devem estar conectados para que tenham acesso remoto às informações e possam avaliar o fluxo de informações o mais rápido possível”, frisa.
No mundo, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Cingapura e os Emirados Árabes já utilizam sistema similar. “Nossa meta é aplicar a tecnologia entre os anos de 210 e 2011 nos países que representam 80% da capacidade mundial do transporte. Gostaríamos que o Brasil aderisse a partir de 2010, mas no momento dependemos de uma análise da Receita Federal”, conta.
Para Reis, este sistema será um diferencial. “Ele vai permitir que o país seja competitivo, atraindo negócios. No segmento aéreo a carga transportada e de alto valor é preciso ter facilidade de conexões e acesso”, afirma.
Suporte
Quanto à infraestrutura brasileira, o executivo diz que a proposta entregue sugere que governo e indústria devem decidir, juntos, as necessidades. “O dinheiro disponível não me pareceu problema, a Infraero está disposta a fazer investimentos, mas consideramos importante haver uma interação entre os interessados para que todos atinjam seus objetivos”, salienta.
Questionado sobre adotar no país o modelo de concessão de terminais de cargas privativos nos aeroportos, Reis limitou-se a dizer que se trata de uma decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Devemos considerar e o regulador tem que entender as necessidades do mercado”, resume.