A demanda pelo transporte aéreo de cargas segue em expansão, impulsionada por fatores como o crescimento do e-commerce e a necessidade de soluções logísticas mais rápidas. Relatórios recentes da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) e da Boeing apontam para um aumento contínuo no setor, com destaque para o mercado latino-americano.
Dados da IATA indicam que a demanda global por transporte aéreo de cargas cresceu 9,4% em setembro deste ano em comparação ao mesmo período de 2023. O avanço do e-commerce é um dos principais fatores desse crescimento. No Brasil, as vendas online cresceram 9,7% no primeiro trimestre de 2024, totalizando R$ 44,2 bilhões. Segundo projeções da eMarketer, até 2027, o comércio eletrônico representará 15% das vendas no varejo.
Restrição do modal marítimo e impacto no aéreo
Conflitos em regiões estratégicas, como Ucrânia e Oriente Médio, têm afetado rotas do comércio marítimo, levando empresas a buscar alternativas no transporte aéreo. Essa reorganização das cadeias de suprimentos fortalece o modal aéreo como solução para garantir a continuidade das operações logísticas.
Expansão no mercado doméstico
O transporte aéreo tem ganhado espaço no mercado interno, especialmente em países de grande extensão territorial, como o Brasil. No primeiro semestre deste ano, foram movimentadas 237,5 mil toneladas de carga no país, um aumento de 12,7% em relação ao mesmo período de 2023.
Empresas têm ajustado suas operações para atender à demanda. Na FedEx, o serviço aéreo nacional foi reformulado, com tempos de trânsito mais rápidos. Desde novembro, a empresa oferece uma operação totalmente gerida pela própria companhia, utilizando aeronaves de parceiros comerciais.
Desafios de sustentabilidade no setor
Com o aumento da demanda, o setor enfrenta o desafio de operar de forma mais sustentável. A modernização das frotas e o uso de combustíveis menos poluentes são caminhos para reduzir as emissões de carbono.
A FedEx, por exemplo, estabeleceu a meta de atingir operações neutras em carbono até 2040, com investimentos superiores a US$ 2 bilhões. A estratégia inclui eletrificação de veículos, uso de energia renovável e participação em projetos de captura de carbono. A empresa também integra o grupo de trabalho da First Movers Coalition, que busca descarbonizar setores industriais, incluindo a aviação.
Perspectivas para o futuro
A inovação será determinante para o futuro do transporte aéreo de cargas. O setor busca soluções que aliem eficiência, sustentabilidade e conectividade para atender às demandas globais e domésticas. Segundo especialistas, esforços conjuntos entre empresas, clientes e outras partes interessadas serão essenciais para construir uma indústria preparada para os desafios futuros.
Glaucia Megna, diretora de vendas da FedEx no Brasil, destacou a importância de colaboração no processo de descarbonização da cadeia de suprimentos. “A inovação e o trabalho em conjunto são essenciais para um transporte aéreo mais eficiente e responsável”.
A globalização e a necessidade de encurtar prazos de entrega tornam o transporte aéreo um modal estratégico para diferentes setores. A expectativa é de que o segmento continue crescendo, impulsionado por tecnologia e novas soluções logísticas.