Projeto piloto abrange 16 estados brasileiros
O Centro de Pesquisas Avançadas Werhner von Braun e o Encontro Nacional dos Administradores Tributários (Encat) apresentaram ontem (30), em São Paulo, dados a respeito do projeto piloto para a implementação do Sistema de Identificação, Rastreamento e Autenticação de Mercadorias, o Brasil-ID.
O piloto prevê a utilização do sistema em corredores rodoviários que passam por 16 estados brasileiros, utilizando dezenas de empresas nos vários estágios da cadeia logística e em alguns segmentos mercantis e visa estabelecer uma base de testes com rotas e operadores de grande porte.
O Governo Federal realizou investimentos de mais de R$ 20 milhões na implementação do projeto e no desenvolvimento da tecnologia utilizada no sistema, com o intuito de estimular a independência tecnológica nacional.
O Brasil-ID é um sistema baseado na tecnologia de Identificação por Radiofrequência (RFID) e em tecnologias associadas de telecomunicação, que tem como objetivo definir um padrão comum para o rastreamento e a autenticação de todo o tipo de produto em circulação pelo país por meio de chips identificadores implantados na própria mercadoria e em documentos.
“Trata-se de uma extensão da Nota Fiscal Eletrônica”, diz Dario Thober, diretor do Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun. “Ele vai diminuir a importação das tecnologias de identificação e valorizar os aplicativos nacionais de logística, de risco, de tecnologia da informação, de business intelligence etc., que passam a receber acreditação dos órgãos fiscais brasileiros”, completa o executivo.
Segundo Thober, o sistema oferecerá maior segurança ao transporte de mercadorias, possibilitando uma fiscalização mais ágil de cargas (inclusive as lacradas). O Brail-ID poderá identificar também a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do condutor do veículo, as notas fiscais em toda a cadeia de distribuição, além das mais diversas informações gravadas ao longo do ciclo de vida dos produtos. Será possível coletar, por exemplo, informações a respeito de tentativas de fraude, desvios, roubos, custos e tempo de trajeto.
O projeto, organizado pelas Secretarias de Fazenda dos Estados da União, pela Receita Federal e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, conta ainda com o apoio de organizações como a GS1, associação sem fins lucrativos responsável pela padronização de processos de logística e rastreabilidade na cadeia de suprimentos e demanda, e a Pamcary, companhia especializada em segurança no transporte de carga e no gerenciamento de riscos.