Iniciativa possibilitará total rastreamento do produto, facilitando as exportações
Com objetivo de obter o total rastreamento de aproximadamente dois milhões de toneladas de algodão as usinas de beneficiamento de algodão fornecerão, já a partir da safra 2010/2011, fardos identificados com o sistema de código de barras GS1 Brasil - Associação Brasileira de Automação, possibilitando a transmissão de informações importantes da commodity ao longo de toda a cadeia logística. Segundo o assessor de soluções de negócios da entidade no Brasil, Marcelo Sá, além de criar uma identificação única e global, a adoção do código de barras permitirá acompanhar a trajetória do algodão desde a usina até o comprador. “Vale ressaltar que o uso do padrão também facilitará as exportações do produto já que é amplamente utilizado em todo o mundo”, salienta Sá.
De acordo com o executivo, o sistema também potencializará ainda mais as oportunidades de expansão dos negócios do setor, que vive uma importante recuperação econômica desde os anos 90. Segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a produtividade da lavoura cresceu 90% nos últimos 12 anos, passando de 750 kg/ha para 1.487 kg/ha, uma das mais altas do mundo. A área plantada dobrou, chegando a 1,07 milhão de hectares na última safra. A produção total triplicou, chegando a um volume de pluma superior a 1,6 milhão de toneladas. A expectativa é de exportar 700 mil toneladas em 2011, o que faria com que o Brasil assumisse a terceira posição entre os maiores exportadores de algodão do mundo. Com o estímulo dos preços, na próxima safra o Brasil também deve ter a maior área de algodão em 19 anos. Mais de 45% do 1,8 milhão de toneladas que devem ser produzidas já foi vendido.
Na opinião de Márcio Portocarrero, diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a demanda mundial por fibra de algodão encontra no Brasil sua nova frente de matéria-prima. “Ganhamos credibilidade como fornecedores constantes e confiáveis”, considera o diretor. A organização, que irá trabalhar em parceria com a GS1 no Brasil, representa 96% de toda a área plantada, 99% da produção e 100% da exportação de algodão do país. A decisão de aderir ao padrão de identificação da GS1 veio para garantir maior confiabilidade ao Sistema Abrapa de Identificação (SAI).
Portocarrero acrescenta que, para garantir a fluidez da cadeia algodoeira, a organização também modificou o sistema de impressão de etiquetas, eliminando a inserção manual dos dados por parte da gráfica. “O objetivo é eliminar erros humanos no lançamento das informações que são impressas na etiqueta, bem como aumentar a confiabilidade da impressão e do rastreamento por meio de leitura de código de barras”, explica.
Já a avaliação técnica da qualidade de impressão das etiquetas que levam o código de barras ficará por conta da GS1. “Com impressão adequada, há garantia de 100% de leitura dos códigos, o que proporciona agilidade nos processos logísticos do algodão”, complementa Marcelo Sá.
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