A plataforma Liga Insights, com o apoio da VLI, Cervejaria Ambev, Cargill, IGC e Derraik & Menezes, lançou um estudo sobre o mercado de logtechs, startups da área logística que estão desenvolvendo ferramentas para solucionar questões da cadeia de distribuição brasileira, como a baixa qualidade da infraestrutura e da malha viária, falta de segurança e alta concentração do transporte rodoviário na matriz de carga brasileira.
Para isso, foram entrevistados 47 empreendedores, profissionais, executivos e pesquisadores da área logística, de empresas e organizações como Mercedes-Benz, Fundação Dom Cabral, Porto de Suape, Terminal de Contêineres de Paranaguá, Grupo Pão de Açúcar, Magazine Luiza, Leroy Merlin, Porto Seguro, Unilever, Souza Cruz, Brink’s, Continental e Braspress.
De acordo com o estudo, diante da transformação do mercado impulsionada, por exemplo, por startups atuantes na logística last-mile, como Rappi, iFood e Loggi, e de uma maior exigência na qualidade das entregas por parte dos consumidores, a área de logística assumiu um posicionamento mais estratégico para as empresas. Dentro desse contexto, a tecnologia tem o papel de impulsionar a competitividade das organizações e amplia as oportunidades para as logtechs.
O head do Liga Insights, Raphael Augusto, explica que essa janela de oportunidades pode fazer, inclusive, com que as startups contribuam para uma mudança cultural nas grandes empresas. “Além de aproveitar o início de abertura do mercado logístico no Brasil para a inovação, as startups podem se posicionar como verdadeiras agentes de transformação nas organizações, criando espaço para processos mais ágeis e geração de valor por meio da tecnologia”, diz.
Na opinião do head de Desenvolvimento de Operações Multimodais da VLI, Vanderlei Marques, o segmento carece de boas soluções tecnológicas apesar dos altos valores envolvidos nas operações logísticas do Brasil. “Queremos promover e fomentar um crescimento exponencial da mesma forma que o segmento de fintechs no Brasil teve nos últimos cinco anos”, afirma. Vale lembrar que em 2017 a VLI lançou o Inova VLI, programa de inovação aberta com intuito de aproximar a VLI do ecossistema de uma forma ativa e, neste ano, encabeça a vertical de Logística e Mobilidade no Cubo, para fomentar o relacionamento com startups do setor.
Para Marques, a produtividade brasileira demandará uma logística muito mais eficiente nos próximos anos. “A tecnologia passa a ser fundamental para que estejamos bem posicionados dentro do ambiente de negócios global. Tendências como blockchain, IoT, inteligência artificial e data analytics, dentre outras, poderão trazer muito mais competitividade para o país e impulsionar uma transformação do ambiente logístico brasileiro”, salienta.