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Maersk firma parceria com universidade para criar tecnologia que previne desperdício de alimentos

Iniciativa se junta aos esforços estabelecidos pela Organização para Alimentação e Agricultura
Por Redação em 2 de fevereiro de 2022 às 13h00

O grupo o A.P. Moller – Maersk iniciou um projeto liderado em conjunto com a Universidade de Wageningen, considerada uma das 150 melhores universidades de investigação dos Países Baixos, dedicado a criar um modelo tecnológico de previsão de dados sobre o cuidado e a vida útil remanescente dos alimentos.

Segundo a própria Maersk, na atualidade, onde a tecnologia é a principal ferramenta de solução para grandes desafios globais, é necessário ressaltar os problemas relacionados ao desperdício de alimentos frescos, e a companhia possui fácil acesso graças às cadeias de abastecimento de produtos frios, que conseguem ser o grande elo entre a colheita e o varejista.

De acordo com dados da Maersk, 13% dos produtos frescos do mundo se perdem nesse processo, o que equivale a milhões de reais para os produtores. O cenário não difere na América Latina, onde registros da Organização para Alimentação e Agricultura (FAO) mostram que cerca de 14% dos alimentos são perdidos todos os anos na primeira fase da cadeia de abastecimento, antes que cheguem ao varejista. Na América Latina, perdem-se cerca de 127 milhões de toneladas de alimentos por ano. Isso equivale a 348 mil toneladas de alimentos desperdiçados diariamente.

O projeto foi iniciado no começo deste ano e será conduzido pela Wageningen Food & Biogen Research, nos institutos de investigação da Universidade de Wageningen, em parceria com 13 sócios privados de diferentes partes da cadeia de fornecimento de alimentos frescos.

Essa iniciativa se junta aos esforços estabelecidos pela FAO e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) para reduzir o desperdício de alimentos, combater as alterações climáticas, proteger a natureza e aumentar a segurança alimentar até 2030, visando reduzir para a metade o desperdício de alimentos no mundo, bem como diminuir a perda de alimentos nas cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita.

Segundo a Maersk, a tecnologia pode ser útil na indústria alimentícia, não se limitando apenas às plataformas de delivery, mas também para auxiliar todos os envolvidos na cadeia de abastecimento com dados precisos em tempo real. Os dados trariam informações relevantes sobre o estado dos alimentos, facilitando a tomada de decisões, reduzindo a perda de receitas para os produtores e, o mais importante, o desperdício excessivo de alimentos.

O gerente de Desenvolvimento Digital Reefer, Ken West, explica que hoje em dia existe uma quantidade significativa de dados para todos os carregamentos refrigerados do sistema de gestão remota de contêineres, e que preveem a carga perdida e o risco de reclamações, que tem sido durante muito tempo uma área de enfoque para o departamento de soluções Reefer da Maersk. “É o que esperamos conseguir com esse projeto, agora que temos participantes de toda a cadeia de frio envolvidos. Simplesmente necessitamos saber mais sobre o que acontece com a carga antes de ser acondicionada em um refrigerador da Maersk”, afirma.

A AgroFair e a Westfalia, dois dos clientes mais atuais da Maersk, também fazem parte da parceria do projeto e compartilham conjuntos de dados entre si, que vão desde detalhes sobre o clima e solo na exploração agrícola de colheita até avaliações qualitativas de amostras de produtos e leituras de temperaturas específicas.

A intenção é combinar todos os dados relevantes e criar um projeto chamado Digital Twist, que consiste em uma representação digital de um objeto físico com modelos que podem simular a realidade, em seu caso, de produtos frescos. Se isso estiver conectado à informação em tempo real, a plataforma poderá proporcionar previsões em tempo real que podem ser constantemente melhoradas com base em um circuito de retroalimentação.

O projeto está programado para funcionar durante um período de quatro anos, mas espera-se que as primeiras utilizações sejam testadas e aplicadas durante o próximo ano, à medida que a primeira versão do Digital Twist se desenvolva.

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