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ABOL promove iniciativa para incentivar meta “Lixo Zero” entre operadores logísticos

Formação com empresas associadas visa reduzir descarte inadequado de resíduos e fortalecer práticas de sustentabilidade operacional
Por Redação em 11 de abril de 2025 às 11h15
ABOL promove iniciativa para incentivar meta “Lixo Zero” entre operadores logísticos
Foto: Divulgação/Abol
Foto: Divulgação/Abol

A Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL) deu início a um novo esforço para estimular o avanço de suas associadas rumo à meta de “Lixo Zero”. A iniciativa busca promover o máximo aproveitamento dos resíduos recicláveis e orgânicos e reduzir ou eliminar o envio desses materiais para aterros sanitários ou incineração.

A ação está inserida em uma estratégia mais ampla de ESG adotada pela ABOL, que reúne os principais operadores logísticos do país. A primeira formação sobre o tema foi realizada recentemente, com foco na capacitação de profissionais das áreas de ESG e recursos humanos das empresas associadas. A atividade foi conduzida por docentes do Instituto Federal de Brasília (IFB), por meio do Programa de Extensão Lixo Zero, e contou com quatro horas de conteúdo técnico.

Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Urbana (Abrema), 41% dos resíduos sólidos produzidos no Brasil foram destinados de forma inadequada em 2024, resultando em impactos negativos para o solo, a água e a saúde pública. O cenário motivou a ABOL a ampliar suas ações voltadas à gestão de resíduos nas operações logísticas.

A diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha, afirmou que a entidade atua como facilitadora para que as empresas associadas implementem soluções sustentáveis. “Temos feito um intenso trabalho junto às nossas associadas, tanto de conscientização como de busca por soluções que evitem ou diminuam gradativamente os impactos de nossas operações no meio ambiente”, afirmou. Cunha também destacou que a gestão de resíduos se soma ao esforço de descarbonização, iniciado com o lançamento do primeiro inventário de emissões de gases de efeito estufa dos operadores logísticos em 2024. Uma nova edição do inventário está prevista para 2025.

Antes da formação, a ABOL realizou uma pesquisa interna para mapear o estágio atual de gestão de resíduos entre os operadores logísticos. Os resultados indicaram que 93,3% das empresas possuem pessoa ou setor responsável pela gestão de resíduos; 60% nunca realizaram a gravimetria, técnica usada para quantificação de resíduos com base em seu peso; todas possuem lixeiras com identificação para separação de resíduos; e 80% já possuem parcerias com cooperativas de catadores ou empresas de logística reversa.

A pesquisa também identificou os principais tipos de resíduos gerados no setor, incluindo embalagens de produtos de limpeza, papelão, papel, vidro, plástico bolha, isopor e materiais usados na proteção de mercadorias. Também são gerados rejeitos como papel higiênico, luvas, fraldas, preservativos e fio dental; resíduos orgânicos provenientes de refeitórios, como restos de alimentos e podas; e resíduos eletrônicos ou de manutenção, como filtros de ar e lâmpadas. A maioria das empresas possui área de armazenamento de resíduos e contrata serviços especializados para destinação adequada.

Com relação à coleta seletiva, 40% dos operadores logísticos informaram que o recolhimento é feito internamente por suas equipes de limpeza e, posteriormente, os resíduos são dispostos em contêineres separados para coleta pública, incluindo resíduos perigosos.

De acordo com a diretora da ABOL, a aplicação da metodologia Lixo Zero pode resultar em uma taxa de desvio de até 90% do total de resíduos gerados. “O Lixo Zero contribui para a continuidade e o incremento desses projetos. É uma metodologia para eficiência, desviando do aterro 90% do que é gerado”, explicou Cunha.

Além de reduzir impactos ambientais, a ABOL aponta que o programa oferece benefícios sociais e econômicos. Entre eles estão o fortalecimento da atuação de catadores autônomos, o reconhecimento das empresas pela adoção de boas práticas ambientais, a elevação da eficiência operacional, o estímulo à geração de empregos verdes, o fortalecimento da reputação institucional e o acesso a novas oportunidades de negócios.

Com cerca de 804 mil trabalhadores entre empregados diretos e terceirizados atuando no setor, a associação vê a gestão de resíduos como um vetor estratégico para o aprimoramento de práticas ambientais e operacionais. A expectativa é que novas formações e ações práticas contribuam para disseminar o conceito de Lixo Zero entre os operadores logísticos e ampliar o alcance das metas de sustentabilidade estabelecidas pela entidade.

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