Tecon Salvador recebe nova rota e aposta na conteinerização

A primeira operação foi realizada pelo navio Santa Teresa, vindo do Porto de Santos (SP), que desembarcou 327 contêineres refrigerados vazios, utilizados para o embarque da safra de frutas. O navio, que faz parte da classe Santa, da Hamburg Sud, atende o Norte da Europa e a Costa Leste da América do Sul. A embarcação seguiu ontem, terça-feira, 10 de setembro, para o Porto de Tânger Med, no Marrocos.

O Santa Teresa faz parte de uma série navios com a capacidade de 7.000 TEUs e equipados com 1,6 mil tomadas para contêineres refrigerados. O navio tem comprimento total de 300 metros e largura de 44 m. Com essas dimensões, sua atracação só foi possível graças à expansão do Tecon Salvador, que após investimentos de R$ 180 milhões para ampliação – dragagem do cais, aquisição de equipamentos e modernização da infraestrutura do terminal – hoje tem capacidade de operar os maiores navios de longo curso que navegam pela costa brasileira.

O novo serviço e a entrada de armadores deverão gerar um crescimento de 65% na oferta de contêineres refrigerados no terminal para atender a safra deste ano, ante as 365 unidades disponibilizadas em 2012. O Tecon possui 674 tomadas frigoríficas para armazenagem de contêineres refrigerados no pátio.

A movimentação vem crescendo no Tecon Salvador. Em agosto, o terminal bateu recorde no ano, com 17.098 contêineres. O número representa um aumento de 6,5% ante o mês anterior, que registrou a movimentação de 16.047 contêineres. A exportação de frutas pelo terminal registrou crescimento de 40% em 2012, comparado com o ano anterior. Para este ano, são esperados os mesmos índices de crescimento. No período de safras de frutas do Vale do São Francisco de 2012, o Tecon Salvador embarcou 142 mil toneladas de produtos, número 65,3% superior aos 85.903 toneladas em 2011.

Conteinerização

O transporte com a utilização de contêineres vem ganhando espaço junto a outros segmentos no Tecon Salvador. Prova disso foi o embarque, realizado no primeiro final de semana de setembro, de 300 toneladas de soja não transgênica do oeste baiano para o mercado asiático.

A expectativa é que o terminal embarque 1.700 t de soja não transgênica para a Ásia até o final do ano. Os grãos são transportados em contêineres pela NYK Line e tem como destino o porto de Yokohama, no Japão. A partir de lá, são comercializados no restante da Ásia.

O diferencial do transporte deste tipo de commodities é que, por ser embarcado em big bags (sacas de uma tonelada) dentro de contêineres, o produto ganha alto valor agregado, porque permite a identificação da origem do grão. Isso não é possível em navios graneleiros, em que a soja de diversos produtores se mistura e o comprador recebe a quantidade de commodities paga, porém sem a certeza da procedência. Além disso, a utilização de contêiner elimina a necessidade de armazenagem, estocagem e distribuição dos grãos e evita que em caso de mau tempo haja atraso no embarque e na saída do navio, o que gera custos adicionais ao cliente.

Para o diretor-executivo do Tecon Salvador, Demir Lourenço Jr, levar para o contêiner cargas que antes eram embarcadas a granel é muito importante. “Esse movimento de atração de cargas possibilita crescimento com oportunidades do setor. Diversificar as cargas é aumentar a movimentação do terminal acima do mercado”, diz.