Portos e Terminais de uso privativo movimentaram 833 milhões de toneladas no período
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) levantou que os portos e terminais de uso privativo (TUP) movimentaram 833 milhões de toneladas em 2010, batendo o recorde de movimentação de cargas. O resultado é 8,53% maior que o de 2008, quando foram movimentados 768 milhões de t (recorde anterior), e 13,7% maior que em 2009, quando circularam pelas instalações portuárias brasileiras 733 milhões de t. O crescimento superou as expectativas da Agência que, no balanço do segundo trimestre, chegou a estimar uma movimentação de 760 milhões de t para 2010. “Contudo, o excelente desempenho das commodities, em especial do minério de ferro, superou as previsões mais otimistas”, explicou o diretor-geral da Agência, Fernando Fialho. Ele explica que o minério de ferro respondeu por cerca de 38% do total de cargas transacionadas pelas instalações portuárias brasileiras, registrando uma movimentação de 311 milhões de t e um crescimento de 16,1% em relação a 2009. E, assim como no total geral de cargas, o ano de 2010 apresentou-se como o de maior tonelagem movimentada da série histórica de minério de ferro, situando-se 11% acima do antigo recorde, também alcançado em 2008. “A recuperação econômica de importantes parceiros comerciais, como o Japão e a Alemanha, foi determinante para a elevação da tonelagem movimentada de minério”, acrescenta Fialho. De acordo com ele, o ano de 2011 deverá ser marcado por novos recordes na movimentação de carga impulsionados pelo bom momento econômico. “A demanda interna deverá contribuir para a elevação do volume”, aponta o diretor-geral. Natureza das cargas No ano passado, foram movimentados 505 milhões de t de granel sólido, o que representou 60,67% da movimentação total, no período. Por sua vez, foram movimentados 208 milhões de t de granel líquido (25% do total) e 119 milhões de t de carga geral (14,34% do total). A movimentação de granéis sólidos cresceu 16,84% em relação a 2009, quando foram movimentados 433 milhões de t, e 9,93% em relação a 2008, quando circularam pelos portos e terminais brasileiros 460 milhões de t. A movimentação de granel líquido cresceu 5,32% em relação a 2009, quando foram movimentados 198 milhões de t, e 6,55% em comparação a 2008, quando os portos e terminais brasileiros movimentaram 195 milhões de t desse tipo de carga. Ranking da movimentação A participação dos portos organizados e terminais de uso privativo na movimentação total do Brasil foi de, respectivamente, 288,8 e 545,1 milhões de t. A movimentação de cargas nos TUP atingiu 65,4% do total brasileiro, percentual que vem crescendo nos últimos três anos, devido ao aumento da quantidade de TUP, aos altos investimentos privados e, também, ao crescimento da movimentação das principais commodities das quais esses terminais são especializados. No topo do ranking dos portos e terminais que mais movimentaram cargas no ano passado está o TUP da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) em Tubarão (ES), com 107 milhões de t (12,92% do total), seguido do TUP de Ponta da Madeira, no Maranhão, com 96 milhões de t (11,56% do total). O Porto de Santos (SP), com 85 milhões de t (10,24% do total) ocupa a terceira posição, à frente do Porto de Itaguaí (RJ), com 52 milhões de t (6,33% da movimentação total). Na sequência, vêm os TUP “Almirante Barroso” (SP), com 47 milhões de t (5,64% do total); Almirante Maximiano da Fonseca (RJ), com 39 milhões de t (4,75% do total); e MBR (RJ), com 37 milhões de t (4,52% do total). O Porto de Paranaguá (PR) aparece na oitava posição, com 34 milhões de t (4,12% do total); seguido dos TUP de Ponta de Ubu (ES), com 23 milhões (2,76% do total); e Madre de Deus, na Bahia, com 20 milhões (2,43% do total). Em relação à movimentação de carga geral, que compreende os produtos de maior valor agregado, a predominância é dos portos públicos. Em 2010, a primeira posição foi ocupada, mais uma vez, pelo Porto de Santos, com 34 milhões de t (57,26% do total); seguido de Rio Grande (RS), com 7,5 milhões de t; de Paranaguá (PR), com 5,9 milhões de t; do Porto do Rio de Janeiro (RJ), com 5,6 milhões de t; e de Vitória (ES), com 4,7 milhões de t. www.antaq.gov.br