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O Ferroanel como via de desenvolvimento

Por Redação em 25 de setembro de 2003 às 16h45 (atualizado em 04/05/2011 às 17h08)

O Ferroanel é um complexo ferroviário a ser construído ao redor da região metropolitana de São Paulo. O projeto está orçado em R$ 1,6 bilhão. E para discutir formas de viabilizar o anel de ferro, melhor aproveitamento e meios de desenvolvimento através dele, Dario Reis Lopes, Secretário Estadual dos Transportes falou sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento de Transportes – PDDT – para os transportes no Estado de São Paulo. Algumas ações são defendidas como principais:

Multimodalidade – Aparece como forma de redução do custo final na cadeira produtiva. Para o secretário, essa é a "palavra chave"; maior ênfase nas ações institucionais – Ações do Governo estadual junto à União de modo a redesenhar as perimetrais no Porto de Santos. Um Protocolo de Intenções será assinado entre o Governo paulista e o federal para a criação do Ferroanel; ênfase participação da iniciativa privada – maior participação do setor privado no processo de planejamento.

Essa segunda versão do PDDT contempla os aspectos regionais em termos de infra-estrutura. Milton Xavier, superintendente de planejamento de Transporte da Secretaria dos Transportes, informa que a demanda do transporte será fatiada por cadeia produtiva: siderurgia, químicos, fertilizantes etc., a fim de quantificar a demanda e identificar as necessidades de cada cadeia logística.

Intermodal - Alguns elementos da visão estratégica do PDDT para o desenvolvimento do sistema intermodal baseiam-se em qualidades e dificuldades que cada meio de transporte oferece. As hidrovias possuem extensão reduzida, comboios de dimensões também reduzidas e não cobre todo o estado; o transporte aeroviário é mais adequado para produtos de alto valor agregado, enquanto que o dutoviário é uma tecnologia para transportar granéis líquidos. De acordo com Milton Xavier, esses são os modais com menos índice de contribuição para a integração da matriz do transporte.

Não se pode dizer o mesmo das ferrovias e rodovias, que possuem um alto potencial de integração. Hoje, o setor rodoviário tem 93% de participação no mercado e o ferroviário 5%. Esses números devem mudar para 66% no setor rodoviário e 32% o ferroviário nos próximos anos, como pretende o Governo. Milton Xavier pontuou ainda alguns problemas que chamou de "nós" do transporte no Estado e que poderão comprometer a economia.

Entre eles estão os 60 mil caminhões que trafegam diariamente no sistema viário da região metropolitana de São Paulo, metade desses veículos descarrega suas mercadorias nessa região. No modal ferroviário, a região metropolitana recebe 3,2 milhões de toneladas de carga para descarga, além do que outras 1,8 milhão toneladas cruzam a região. O outro "nó" seria no Porto de Santos, que apresenta deficiência no sistema de estacionamento e segregação dos modais ferroviário e rodoviário.

Xavier frisa que a implantação de um sistema intermodal revolucionaria a prática de coleta de cargas na região metropolitana de São Paulo, principalmente por melhorar a qualidade de vida, do meio ambiente e dispor de áreas para realizar atividade de finalização industrial.

Para ele, os investimentos no setor ferroviário devem ser pautados pela demanda de longo prazo e não apenas por resultados a curto prazo, que requerem investimentos mas não atendem as reais necessidades. Vale dizer ainda que para o Governo do Estado a parte sul do Rodoanel e do Ferroanel são consideradas fundamentais pois garantirão a infra-estrutura ao escoamento das mercadorias exportadas pelo Porto de Santos.

Terceira via - Contradições à parte, Henrique Aché Pillar, da MRS Logística diz que, "alguma relação entre passageiro e carga continuará a existir", e questiona: "é viável substituir, nesse caso, o trem pelo caminhão em São Paulo?" Ele se refere ao fato de alguns trens de cargas cortarem por dentro da cidade e utilizarem algumas estações de embarque de passageiros.

Enquanto isso, Milton Xavier endossa que "A construção do Ferroanel também quer inibir a criação de centros de distribuição dentro da cidade de São Paulo". A MRS defende um modelo de segregação operacional. Segundo Henrique Pillar, o modelo tende a ser uma obra relativamente barata, pois já existem as faixas férreas de domínio e em alguns trechos seriam construídas faixas paralelas.

As vantagens desse sistema, conta ele, seria a melhoria da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM - menor investimento total (isso em relação ao Ferroanel), postergação do Ferroanel, investimento gradativo etc. No encerramento do encontro, representantes da Fecomercio e empresários frisaram a necessidade de uma alternativa ao sistema de transporte rodoviário como forma de impulsionar o setor produtivo e da criação de uma matriz de transporte, bandeira levantada por Milton Xavier durante sua apresentação.

 Infra-Estrutura do Transporte em São Paulo
 Rodoviário - 35 mil quilômetros de vias pavimentadas
 Ferroviário - 5.200 quilômetros
 Hidroviário - 2.300 quilômetros
 Aeroviário - 36 aeroportos
 Dutovias - 2.800 quilômetros

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