Companhia transfere trechos de curta distância antes realizados pelo rodoviário para a cabotagem e incorpora mais duas embarcações à operação
A Log-In Logística Intermodal adquiriu, numa negociação orçada em R$182 milhões, duas embarcações junto à MIT – Maritime Investment & Trading, aumentando em 75% sua capacidade de transporte marítimo de contêineres. Os dois recentes navios porta-contêineres, fabricados pelo estaleiro Aker, têm capacidade de 1.700 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) cada. A primeira embarcação, denominada “Log-In Amazônia”, será entregue até o final de novembro. Já a “Log-In Pantanal” tem previsão de iniciar as operações em janeiro do próximo ano.
A aquisição faz parte do plano estratégico da empresa que anunciou, ainda, a construção de cinco navios de 2.700 TEUs cada no Brasil. A Log-In divulga que fretará os navios em bareboat, com suspensão de bandeira e inscrito no Registro Especial Brasileiro (REB), utilizando os direitos que já possui em função do contrato com a Frota Oceânica e Amazônica e da construção no Brasil dos cinco navios encomendados ao Estaleiro Eisa.
Modais
Além de investir em novos equipamentos, a Log-In também direciona suas ações a novas modalidades de transporte, como o marítimo de cabotagem para trechos de curta distância. Prova disso, é o contrato assinado com o grupo italiano Mossi&Ghisolfi (M&G).
A iniciativa consistiu em realizar os embarques de resinas da M&G de Recife para a fábrica da Braskem, em Salvador. Nas duas primeiras operações foram transportados 38 contêineres de 40 pés. A expectativa, contudo, é de que o terceiro embarque atinja 80 contêineres.
De acordo com a companhia, o diferencial nesta operação é o percurso de 800 quilômetros, considerado curto na cabotagem, visto que o modal costuma ser competitivo em distâncias a partir de 1.500 quilômetros. O diretor de navegação da Log-In, Rômulo Otoni, calcula que fazendo essa rota de navio, a companhia evita que 160 caminhões circulem pelas estradas do trajeto.
O executivo cita ainda outras vantagens devido à substituição do modal. “O transporte rodoviário está sujeito à disponibilidade de caminhões, estradas deficientes, maior exposição a roubos, acidentes e avarias de cargas, fatores mínimos no percurso marítimo”, diz. Além disso, lembra Otoni, os navios podem carregar grandes volumes de cargas e apresentam um ganho de escala que aumenta a competitividade e oferece custos atrativos em comparação ao rodoviário.