A Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) completou 11 anos (17/07). A associação reúne 32 associados nacionais e multinacionais, e tem como missão defender os interesses de operadores logísticos e pautar a regulamentação do setor.
A ABOL foi fundada em 2012, contando inicialmente com 16 dos principais prestadores de serviços logísticos no Brasil, e teve como primeiro presidente do conselho deliberativo Paulo Sarti (Penske). Hoje, a associação tem na presidência do Conselho de Administração Djalma Vilela, presidente da Multilog.
Em seus 11 anos de atuação, a associação teve conquistas como a aprovação do Projeto de Lei 3.757/20 na Câmara dos Deputados, em 2022, que cria um marco regulatório do setor. O PL dispõe sobre a atividade de operador logístico no Brasil, e também atualiza a legislação dos armazéns, que é a mesma desde 1903.
Para a diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha, a aprovação do projeto de lei garante a modernização do setor e traz mais segurança jurídica. Porém, o trabalho da associação vai além disso, trabalhando em diversas esferas para mostrar o trabalho dos operadores logísticos como essencial: "O papel da associação é tornar a atividade mais palatável à sociedade, ou seja, aproximando os operadores do público em geral, e mostrando que são eles os responsáveis por garantir a chegada dos produtos nas prateleiras do supermercado, fazer as entregas do e-commerce, distribuir as vacinas nos postos de saúde - eles foram, inclusive, fundamentais durante a vacinação da Covid-19 - transportar produtos farmacêuticos e por disponibilizar os insumos necessários para a produção de veículos", explica.
A ABOL realiza desde 2014 a pesquisa bianual "Perfil do Operador Logístico no Brasil", que ajuda a traçar um panorama do setor, e realiza anualmente o Congresso ABOL, que reúne profissionais de alto escalão executivo das empresas associadas.
Reforma tributária, Lei dos Caminhoneiros e desafios à frente
Enquanto o PL 3757 tramita no Senado, a ABOL também mantém em vista outras pautas importantes para o setor e que vêm sendo alvo de debate: um tema polêmico é a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que declarou inconstitucionais 11 pontos da Lei dos Caminhoneiros (Lei 13.103/2015), referentes a jornada de trabalho e descanso.
Uma prioridade para a associação este ano é a reforma tributária, que voltou a avançar este ano a passos lentos. A associação tem se mobilizado para a retomada da discussão no Congresso, tentando estimar os impactos da substituição de impostos direcionados a serviços.
"É fato que há décadas precisamos de uma reforma tributária que seja mais justa tanto para o cidadão brasileiro quanto para a empresa instituída no Brasil. E é isso que defendemos e queremos que aconteça. Não dá pra apostar grande parte das fichas no setor de serviços, ainda que de forma gradual, até 2033, atribuindo a ele uma alíquota alta ou muito superior, sem esperar que ele se acomode para tentar fechar a conta e isso gere impactos em cadeia para outros segmentos e para o consumidor final", pondera Marcella.
Outro desafio à frente para a associação é a sua nova agenda de descarbonização. A ABOL aderiu no ano passado ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), e trabalha em conjunto com os associados para uma atuação pautada no desenvolvimento sustentável.
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