Foi anunciado hoje oficialmente o que o mercado já sabia há um tempo: a separação das operações da brasileira Cotia Trading - maior trading independente do País - e da operadora logística americana Penske Logistics, parceiras no Brasil há sete anos com a joint-venture Cotia Penske. O anúncio foi feito em São Paulo, sede das empresas, pelo presidente da Penske Logistics, Vincent Hartnett. As empresas não revelam o valor da transação, que envolve a compra pela Penske da parte da Cotia na parceria, que era de 50%. Vale ressalvar que a transação envolve apenas a parte da joint-venture, não envolvendo a Cotia Trading.
Segundo Hartnett, a iniciativa partiu da própria trading, que resolveu focar a atuação em seu core-business, que é o comércio exterior, e as duas manterão uma aliança como parceiras preferenciais de negócios sempre que houver sinergia. "Mantivemos uma parceria de sucesso durante sete anos e o conhecimento de mercado da Cotia foi fundamental para nosso crescimento no mercado brasileiro, sempre a taxas superiores a 10% ao ano", disse o executivo. "Agora, a Penske contará com sua experiência no fornecimento de soluções estratégicas para cadeias de suprimento para adicionar valor às operações de nossos clientes no Brasil e América do Sul", acrescentou.
A empresa passa a atuar no Brasil como Penske Logistics, com foco em atividades como planejamento, execução e administração de soluções para cadeias de suprimento para seus 12 clientes brasileiros, entre os quais encontram-se grandes corporações internacionais que já são atendidas pela Penske mundialmente, como Ford, GM, HP, Lexmark, Sony, Visteon e Danone, entre outras.
A Penske Logistics é subsidiária integral da Penske Truck Leasing, uma joint-venture entre a Penske Corporation, com 21% das ações, e a General Electric, com 79% de participação. A divisão de logística tem um faturamento projetado para 2005 de US$ 2 bilhões no mundo e US$ 34 milhões no Brasil. O crescimento projetado para este ano é entre 10% e 15%, tanto no mercado brasileiro quanto no mundial. A exceção é o mercado asiático que, segundo Hartnett, deve crescer a taxas superiores a 20%.
A estratégia da empresa é atuar na revisão de estratégias e design na cadeia de suprimentos dos clientes, de forma a otimizar sua performance em termos de custos, atendimento ao cliente e competitividade no mercado. No Brasil, a empresa opera sete centros de distribuição e uma frota de 571 veículos, entre próprios e de terceiros. Os CDs estão localizados em Barueri, Guarulhos, Santo André e São Bernardo do Campo (SP); Maringá (PR), Vitória e Salvador.
O foco continuará em empresas que tenham, nas palavras de Hartnett, "cadeias de abastecimento complexas", como a indústria, o segmento automotivo e de tecnologia e de bens de consumo. O crescimento da empresa tem se dado mais entre os clientes já atendidos que em novos mercados, numa base de 2/3 para 1/3.
O presidente afirmou que o Brasil é um mercado importante para a Penske e que a empresa pretende ganhar mercado com seu diferencial, que é a experiência mundial e a oferta de soluções exclusivas para as necessidades específicas de cada cliente, sempre tendo em vista relacionamentos fortes e de longo prazo. "A Penske não trabalha com soluções de prateleira. Claro que o que serve para um setor eventualmente pode ser utilizado por outro, mas sempre procuramos entrar e entender o negócio do cliente, desenhando soluções específicas para cada um", frisou.
A dissolução da joint-venture passou a valer oficialmente a partir de 1º de agosto.
LEIA MAIS SOBRE O FIM DA JOINT VENTURE NA EDIÇÃO DE SETEMBRO DA TECNOLOGÍSTICA.