A Aliança Navegação e Logística firmou um contrato com o Estaleiro Detroit de Itajaí (SC) para a construção de três rebocadores. Segundo a empresa, a decisão está ligada às mudanças que estão ocorrendo na navegação mundial, com a construção de navios maiores. Estes, por sua vez, exigirão rebocadores mais potentes e de última geração para garantir a segurança nas manobras de atracação.
A Aliança havia planejado, há cinco anos, retomar a construção de embarcações em estaleiros brasileiros com a intenção de renovar a frota dos navios da cabotagem. No entanto, na época, isso não se concretizou devido à limitada infraestrutura dos estaleiros para a construção de navios de grande porte e aos prazos de entrega que não condiziam com as necessidades do mercado.
Diante da necessidade imediata de atender ao mercado crescente da cabotagem, foi tomada a decisão de construir, na China, seis navios porta-contêineres, quatro com capacidade de 3.800 TEUs e dois de 4.800 TEUs. Estes foram importados e, após o pagamento dos devidos tributos e a nacionalização das embarcações, entraram em operação em 2013 e 2014, representando um investimento de R$ 700 milhões. Com isso, a frota da Aliança conta hoje com 11 navios modernos que ostentam a bandeira brasileira e operam com tripulação brasileira.
Com o aumento de disponibilidade de espaço para a construção nos estaleiros nacionais a partir do início deste ano, foi retomado o projeto de construir embarcações no Brasil e a Aliança decidiu investir cerca de R$ 90 milhões na construção desses três rebocadores, que serão entregues no decorrer de 2017. São rebocadores de propulsão azimutal com comprimento total de 32 m e 70 toneladas de bollard pull (tração estática).
“Os navios ficaram maiores e demandam rebocadores mais potentes para atracações mais seguras. Escolhemos a Detroit por ser um estaleiro de boa reputação e excelência na construção de rebocadores”, diz Julian Thomas, diretor-superintendente da Hamburg Süd e da Aliança.
A construção será custeada com recursos oriundos da conta vinculada do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), que é gerida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A segunda fase do projeto contempla a construção de mais rebocadores e sua efetivação dependerá da aprovação de liberação de mais recursos da conta vinculada.