Unidades de armazenagem formatadas para logística atraem empresas
A Hines, multinacional do segmento imobiliário, está ampliando seus horizontes no mercado brasileiro e incrementando os seus negócios no segmento de construção, incorporação e locação de empreendimentos para o segmento de logística. Para isso, a empresa está investindo R$ 700 milhões na aquisição de terrenos e edificação de galpões e centros de distribuição e espera, num período de dois a três anos, estar presente em pelo menos 20 cidades no Brasil.
Segundo Eduardo Littério, vice-presidente da unidade brasileira, a empresa está instalada no país há uma década e há nove anos constrói edifícios industriais, dentre os quais armazéns e centros de distribuição para indústrias. Porém, desenvolvia esses projetos sempre a pedido de clientes. “Com o aquecimento da economia brasileira, há uma grande demanda para projetos na área de logística, em especial para a armazenagem e movimentação de bens de consumo”, justifica.
Com base nesta avaliação, a Hines estabeleceu como parte de sua estratégia expandir esta modalidade de negócio, adotando a identidade empresarial “Distribution Park”, para esses empreendimentos imobiliários destinados à armazenagem e prontos para locação.
A experiência neste tipo de construção começou com um CD para a DHL (Exel), posteriormente, locado pela Unilever. Desde então, a Hines já fez unidades do Distribution Park em Louveira (SP), Araucária (PR) e Rio de Janeiro, e se prepara para inaugurar, ainda neste ano, projetos novos no Embu e em Cajamar (SP) e em Manaus.
Contudo, como a procura para esses empreendimentos recai sobre localidades próximas aos grandes centros de consumo e de geração de cargas, há certa dificuldade de encontrar bons terrenos. “Os maiores desafios são encontrar as áreas e os custos de construção”, diz o executivo. Até porque, com tamanha demanda, muitas destas estruturas se tornam pequenas e rapidamente precisam ser expandidas.
Segundo o vice-presidente, a maioria dos terrenos é adquirida com base nas estimativas de crescimento do mercado e possibilita concretizar contratos de locação por até dez anos. O negócio de locação empresarial é tão rentável que investidores de fundos de pensão norte-americanos são os maiores cotistas da empresa, cujos recursos somam R$ 1,1 bilhão no Brasil. “Montamos a estrutura e a customizamos para o cliente com soluções de gestão de logística prontas, de modo que ele não precise se preocupar com projetos de expansão de áreas de armazenagem e movimentação de produtos e continue focado no seu negócio principal”, pondera Littério.
A procura maior hoje é por armazéns secos e refrigerados, mas a empresa já está estudando projetos voltados para o cross-docking e para produtos congelados, que exigem a instalação de câmaras especiais. A tendência geográfica é para localidades próximas a Guarulhos e Campinas, na proximidade da das rodovias Castelo Branco e do Rodoanel – todos em São Paulo, além de Manaus.
Os empreendimentos
Em Louveira, cidade da Grande Campinas (SP), a Hines possui um terreno de 625 mil m², às margens da Rodovia Anhangüera, com seis áreas de armazenagem de várias dimensões, ocupadas por clientes como DHL, Kraft, HP e Unilever. Recente expansão, em 2007, agregou mais dois galpões.
No Rio de Janeiro, são 121.400 m², situados na intersecção da Via Dutra com a Linha Vermelha e próximos ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, contendo quatro CDs, locados pelo Rapidão Cometa, Still e Metropolitan, entre outras empresas.
O Distribution Park Araucária, na região de Curitiba, localiza-se num terreno de 223 mil m², entre a BR 176 (Rodovia do Xisto) e a PR 423. Possui três armazéns, um operado pela DHL/Kraft e outros em planejamento.
Além da administração, locação e aquisição de imóveis, a Hines presta também serviços de consultoria. Está presente em 15 países e emprega cinco mil funcionários. Seu portfólio inclui mais de 900 propriedades, totalizando 32 milhões de m² de escritórios, áreas de uso múltiplo, industriais e residenciais, além de projetos de comunidades e desenvolvimento urbano. Seus ativos somam US$ 19,9 bilhões.