O Porto de Antonina voltou a ser uma porta de saída do açúcar ensacado brasileiro. Depois de um ano com o mercado em baixa, o produto volta a passar pelo porto paranaense com a perspectiva de exportar um volume maior do que 2012 e 2013 somados. O primeiro carregamento começou na segunda quinzena de março e totaliza 17 mil toneladas do insumo proveniente do interior de São Paulo com destino para Angola. Até o final do ano, espera-se que passem por Antonina cerca de 200 mil toneladas de açúcar.
A retomada da movimentação de outros produtos no porto é fruto de um plano de investimentos na área. “Fizemos a dragagem de Antonina, que devolveu os 10 metros de profundidade do canal. Com isso, navios maiores e de diferentes cargas poderão atracar. Vamos aumentar o portfólio de produtos negociados, o que fortalece a economia local”, afirma Luiz Henrique Dividino, diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).
Agora, com o início da safra da cana-de-açúcar na metade do ano, o movimento deve se intensificar. “A nossa expectativa é superar os patamares anteriores na exportação do produto”, complementa o diretor-comercial do terminal Ponta do Félix, Cícero Simião. A previsão é de que cerca de 20 navios embarquem o produto ainda este ano. “Teremos entre dois a três navios em sequência antes do início da nova safra em junho, depois, vamos intensificar os embarques por Antonina”, explica o diretor da MPAX Logística e Participações, Marcelo Alves. A empresa é a responsável, a partir deste ano de 2015, por trazer usinas e tradings exportadoras do produto açúcar Cristal e Refinado, originários dos estados da região Centro Sul do Brasil e operacionalizar esta logística pelo porto paranaense de Antonina.
Maior movimento de carga também significa mais trabalho e renda para a população e comércio local. No primeiro semestre, isso já pôde ser observado. “A volta desta atividade para a Antonina é fundamental para o porto e para os trabalhadores da cidade”, afirma o diretor do Porto de Antomina, Luiz Carlos de Souza. “O embarque do açúcar ensacado demanda mais trabalhadores que a operação com fertilizantes, por exemplo, o que fortalece a mão-de-obra local”, completa.
De acordo com o diretor do Órgão Gestor da Mão de Obra do Porto de Antonina, Edenoir Batista, a notícia é animadora para os cerca de 320 TPAs (trabalhadores portuários autônomos). “Este primeiro embarque de açúcar já movimentou a mão-de-obra local. São 300 famílias impactadas pela retomada das atividades”, avalia Batista.