A Gefco informa que, desde o último mês de dezembro, adotou um novo sistema para gerenciar sua circulação ferroviária na Europa. A novidade consistiu em empregar três operadores ferroviários privados para o transporte de automóveis para destinos na França e no resto do continente. A iniciativa de desenvolver uma solução própria se deve ao fato de a empresa adotar o modal em 25% de suas movimentações, contra uma média europeia de 17%.
Em 2010, a Gefco abriu uma concorrência para escolher os operadores ferroviários, que foram selecionados por meio de critérios de cobertura econômicas e regionais, de modo a agrupar os serviços pelo operador para cada região geográfica. As regiões Central e Leste da França ficaram com a Euro Cargo Rail, uma subsidiária da DB Schenker Rail; a Sul, com Europorte França, da Eurotunnel; e a Norte e Oeste com a Colas Rail, do grupo Bouygues.
As redes e os direitos de exploração destes três operadores foram unidos com um acordo com a Réseau Ferré de France (RFF), gestor do sistema na França. Segundo o gerente de Operações de Transporte Automotivo da Gefco Logística, Philippe Robert, a companhia passou de cliente para integrador e gerente de todos os fluxos de transporte ferroviário.
De acordo com informações da Gefco, uma das chaves para o sucesso da iniciativa é a gestão de reservas nas estações de triagem em Gevrey, perto de Dijon, e em Achères, perto de Paris. Até 2009, muitos dos fluxos da companhia foram tratados em Gevrey. A RFF, portanto, propôs que a operadora logística começasse a usar este site novamente.
A primeira vantagem deste arranjo é operacional: os prazos de entrega foram reduzidos e são mais respeitados. Além disso, todos os trens são atribuídos à Gefco. Isto representa 150 trens por semana, permitindo o transporte dos 500 mil veículos que saem da planta em cada ano. O objetivo é operacionalizar 250 trens por semana.
Segundo o diretor de Transporte Automotivo e Logística da Gefco, Antoine Redier, outro objetivo com a novidade é reduzir significativamente o tempo de transporte, mantendo os custos e ter uma imagem clara de quaisquer eventos imprevistos durante o transporte.
Gerenciamento
Para projetar e operar o sistema, ferramentas foram desenvolvidas e implementadas para unir o gerenciamento de volumes e o rastreamento de veículos, com a reserva de faixas horárias e a sincronização dos serviços do operador. Os fluxos dos trens são planejados com antecedência, assim como os traçados que têm que ser reservado junto à RFF nove meses antes de serem usados.
O plano de gestão de transporte envolve, em primeiro lugar, saber em tempo real a quantidade de veículos a ser enviada a partir de cada planta, bem como seus destinos de cada fábrica. Após isso, é preciso ter o controle da partida do trem e os horários de chegada. Isso permite a coordenação das operações do transporte ferroviário e atinge os fatores de carga ideal para tornar o sistema rentável.
Um software, o Gefco Rail Interface (GERI), foi desenvolvido para gerenciar este projeto. Usando os documentos de carga, a tecnologia monitora a composição de trens e rastreia os vagões.