A Rodovia Interoceânica, que vai ligar o Brasil aos portos peruanos de Ilo, Maratani e San Juan, no Oceano Pacífico, começou a sair do papel quinta-feira passada (dia 08 de setembro), com o lançamento, em Puerto Maldonado (Peru), da pedra fundamental e do início efetivo das obras. A cerimônia contou com a participação dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; do Peru, Alejandro Toledo; e da Bolívia, Eduardo Rodríguez.
Com 2.600 quilômetros de extensão, a rodovia vai facilitar a exportação de produtos brasileiros para os países do continente asiático e o incremento das relações dos mercados regionais fronteiriços. Com os 1.500 quilômetros da parte brasileira já prontos, na última quinta-feira começou a construção dos 1.100 quilômetros correspondentes ao lado peruano - um trajeto que parte da cidade fronteiriça brasileira de Assis, no Acre, e de sua cidade gêmea, a peruana Iñapari, atravessando uma selva virgem até alcançar o planalto peruano, em Macusani (700 km ao sudeste de Lima), a mais de quatro mil metros de altitude. Daí, a nova estrada desembocará por três eixos diferentes nos portos peruanos de Ilo, Matarani e San Juan, no Oceano Pacífico.
O custo total da obra está estimado em US$ 892 milhões e ela vai exigir a construção de 324 pontes, das quais 22 de grande envergadura. Pelo menos 72.000 pessoas vão trabalhar durante quatro ou cinco anos na realização desse projeto.
Expresso Araçatuba
O Expresso Araçatuba esteve presente no evento de lançamento da construção da rodovia, com uma equipe da filial da empresa em Rio Branco. "Atuamos regularmente nesta região e, com a rodovia Interoceânica construída, teremos como ampliar as fronteiras dos nossos negócios também", afirma Oswaldo Dias de Castro Jr., diretor-geral da empresa.
Segundo Jorge Ferreira Leite, gerente Internacional de Vendas da Expresso Araçatuba, o principal benefício para a empresa com a construção da rodovia será a diminuição do transit time para cargas com destino a Lima e região. Hoje, essa rota passa pela Bolívia antes de entrar no Peru, por conta da falta de opções de estradas, e leva cerca de 12 dias para ser percorrida. Com a nova estrada, esse transit time poderá cair para oito dias.
Outro benefício será a opção de utilizar os portos peruanos como canal de escoamento para as exportações brasileiras. Hoje, cargas para exportação com origem na região Centro-Oeste e Zona Franca de Manaus são exportadas através dos Portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Com a Rodovia Interoceânica, os portos peruanos se configuram numa opção, pois através deles é possível evitar o gargalo que existe nestes dois portos brasileiros. Com a nova rodovia, a Expresso Araçatuba espera uma redução de custos na casa dos 30% no transporte de cargas com destino ao Peru.