A Companhia Vale do Rio Doce inaugurou nesta quinta-feira (11/11), em Camaçari (BA), o Tercam – Terminal Multimodal que vai funcionar como um centro de serviços para clientes de cargas diversas. Instalado numa área de 280 mil m2 em Camaçari – pólo industrial e petroquímico da Bahia, a 45 km de Salvador – o Tercam será o ponto de carga, descarga e armazenagem de mercadorias transportadas pela Vale Logística nos modais ferroviário (com a FCA – Ferrovia Centro-Atlântico), cabotagem (Doce Nave) e rodoviário (terceiros). Para Guilherme Laager, diretor-executivo de Logística da CVRD, a expectativa é que pequenas e médias empresas passem a utilizar os serviços de cabotagem e/ou por via férrea para transportar mercadorias até Camaçari e, de lá, pulverizar a distribuição utilizando-se do modal rodoviário. Hoje, 70% dos 1240 clientes atendidos pela Vale no sistema intermodal já são de menor porte, revela Laager. "O custo/benefício da cabotagem e da ferrovia supera os da rodovia", garante, ressaltando a segurança da carga como uma das principais vantagens oferecidas pelos dois primeiros modais. De imediato, entra em funcionamento no Tercam um pátio de 25 mil m2 para movimentação e estacionamento de contêineres, com capacidade inicial para 100 mil contêineres/ano, prevista para dobrar em 2005. Os investimentos da Vale para essa fase do projeto somam R$ 10 milhões e incluem portaria e pátio para caminhões, equipamentos, ruas e avenidas e a construção de um ramal com 1 km de extensão e capacidade de encoste para 60 vagões. "Com o terminal, esperamos eliminar o gargalo da falta de local adequado para a movimentação de contêineres dos clientes e oferecer agilidade e ganhos de escala", afirma Marcello Magistrini Spinelli, gerente geral comercial intermodal do departamento de Logística da CVRD. Com a inauguração do terminal, a CVRD deu o pontapé inicial na segunda fase do projeto, que prevê a construção de seis armazéns modulares destinados a clientes de diferentes segmentos: construção civil, produtos siderúrgicos, produtos químicos e bens de consumo, entre outros. Com isso, a Vale espera atrair novos clientes e negócios para o empreendimento, transformando-o numa espécie de condomínio. "Só poderão ocupar os armazéns as empresas que utilizam para transporte algum dos modais da Vale: a ferrovia ou a cabotagem", ressalta o gerente geral comercial do departamento de Logística, Paulo Fraga. A expectativa é que o parque todo seja ocupado até 2006. A forma como os clientes vão operar os armazéns, no entanto, está em aberto: eles podem construir e operar esses depósitos, construir e dar para a Vale operar ou dar para a Vale construir e operar. O início da construção do primeiro armazém está previsto para janeiro de 2005 para um cliente (não revelado) da área de alimentos, higiene e limpeza. Terá 20 mil m2 de área, pé direito de 10 metros e capacidade para 25 mil paletes. Para melhorar a oferta de serviços, a capacidade de transporte da ferrovia será quadruplicada. A interligação Paulínia (SP) – Camaçari (BA), feita por trem expresso da FCA (com data e hora previstas para sair e chegar) terá a freqüência aumentada de cinco para sete dias por semana. O número de locomotivas aumentará 40%. "Há muito espaço para crescer", afirma Spinelli. Com o Tercam, o volume de autopeças da Ford transportado por ferrovia de Paulínia para Camaçari – um de seus principais clientes – deve saltar de 30% para 45% neste semestre e atingir 60% do total da montadora em 2005. Alem de Camaçari, está prevista a instalação de Centrais Logísticas em Anápolis (GO), Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Vitória (ES) e Recife (PE). Hoje, os serviços de Logística para terceiros da CVRD representam cerca de 11% de seu faturamento. Em 2004 a Vale investiu US$ 400 mil em Logística e deve repetir essa cifra em 2005.