A Eldorado Brasil, companhia que tem como principal acionista a J&F, inaugurou, no último dia 12 de dezembro, em Três Lagoas (MS), sua primeira fábrica de celulose. Ao todo, o empreendimento demandou R$ 6,2 bilhões em investimentos e tem capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas por ano.
A logística é parte estratégica das ações da companhia. Segundo o CEO da Eldorado Brasil, José Carlos Grubisich, a escolha do município levou em conta, entre outros fatores, sua localização. O gerente-geral da fábrica, Guilherme Araújo, completa dizendo que o ponto escolhido permite à companhia expedir os itens pelos modais hidroviário, rodoviário e ferroviário.
As estruturas para a movimentação da celulose já existem. O gerente de Logística de Celulose, Álvaro Bunster, informa que dos R$ 800 milhões destinados à logística, cerca de R$ 550 milhões já foram aplicados. “Temos dois fluxos de distribuição. No primeiro utilizaremos os modais hidroviário e o ferroviário, enquanto no segundo teremos rodoviário e ferroviário”, diz.
O gerente de Logística explica que dentro da fábrica foi concebido um terminal hidroviário, às margens do Rio Paraná. O porto, que ocupa uma área total de 14 mil m², sendo 6 mil m² de área construída, é dotado de duas posições para carregamento e descarregamento de quatro barcaças simultaneamente. “Temos capacidade para movimentar 3 milhões de t de celulose”, calcula. Ainda dentro do sítio, há um armazém de 10.000 m² e capacidade de estocagem de 30.000 t.
Fora do parque industrial, a logística também foi pensada de forma multimodal. Bunster conta que as barcaças saem da fábrica com destino a Pederneiras (SP). Lá, a companhia estruturou um terminal de transbordo com 5.500 m² e capacidade para armazenar 30.000 t. No local, um ramal de 1,6 km de extensão permite a operação ferroviária até o Porto de Santos (SP).
Outro terminal multimodal, à parte da fábrica, está localizado em Aparecida do Taboado (MS). A estrutura possui 6.000 m² e tem capacidade para armazenar 12 mil t de celulose. A operação é simples e utiliza os modais rodoviário e ferroviário. Os itens saem da unidade industrial por caminhão e, na cidade vizinha a Três Lagoas, são embarcados em composições com até 75 vagões, seguindo até Santos. Um ramal interno no terminal, de 5 km de extensão, auxilia nas operações.
De acordo com Bunster, toda a logística adotada reflete nos números da companhia. Sem revelar valores consolidados, o executivo calcula que o planejamento de movimentação estruturado permitiu uma redução de mais de 30% no custo logístico.
O gerente de Logística anuncia que o restante da verba destinada à logística será aplicado até o final de 2013. Entre as iniciativas estão a aquisição de vagões e a ampliação do terminal da companhia no Porto de Santos. Hoje, o local conta com 12.000 m² e a meta é ampliá-lo para 29.000 m².
Para operar toda essa logística complexa, a empresa conta com vários prestadores de serviços. A movimentação interna da fábrica é feita pela Célere Intralogística; na ferrovia, são utilizadas linhas da ALL e da MRS. Já para o transporte rodoviário a empresa utiliza um pool de transportadores, cujos nomes não foram revelados, assim como o nome do operador hidroviário.
Foto de capa: Crédito de João Quesado