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Transportadores criam taxa contra maus recebedores
Problemas como a Recusa de Mão-de-Obra, quando o recebedor recusa a mão-de-obra do transportador e este tem de pagar pela equipe do varejista; ou o Agendamento Prévio, quando o entregador chega com a mercadoria mas o varejista solicita nota para ver disponibilidade de recebimento, obrigando os motoristas a retornar sem descarregar, são apenas alguns dos entraves enfrentados pelas transportadoras na hora de entregar mercadorias nas grandes redes de supermercados. Na tentativa de resolver esses e outros problemas no recebimento, a Câmara Técnica de Tarifa e Comercialização (CTTC), da NTC&Logística, criou, há dois meses, a Taxa de Dificuldades na Entrega (TDE).
De acordo com Jacinto Júnior, coordenador da CTTC e membro da diretoria do Setcesp – Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo, não há outra alternativa. "Tentamos de maneira infrutífera tratar das dificuldades na hora da entrega com as redes varejistas", desabafa. Para ele, trata-se de um repasse de custos adicionais, já que os transportadores têm de arcar com os ônus gerados pelos atrasos.
É um mecanismo de cobrança percentual sobre o frete original. Funciona assim: o Setcesp realizou um estudo, há um ano, no qual estão definidas as empresas com mau recebimento. "Temos uma lista negra", avisa Jacinto Júnior. Se o transporte for contratado para uma dessas empresas, o transportador repassa o custo para o embarcador que, por sua vez, repassará aos varejistas. O CTTC acredita que, dessa forma, obrigará os supermercadistas a repensarem e, quem sabe, melhorarem o recebimento de mercadorias.
De acordo com o coordenador do CTTC, está em discussão no Conet – Conselho Nacional de Estudos Tarifários, a base técnica para a aprovação da TDE. Ele explica que a taxa não é ilegal, uma vez que o frete é uma composição de custos e a taxa é fruto de um custo adicional. Segundo ele, no setor de carga fracionada, praticamente 100% das empresas são associadas à NTC. Mesmo ainda não sendo oficial, já há empresas cobrando a TDE. Quanto aos varejistas, Jacinto Júnior é categórico: "Os supermercadistas são impassíveis. Não nos dão atenção. Não entram na discussão". A criação da TDE tem o apoio do Setcesp.
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