Ao completar 118 anos nesta terça (2/2), o Porto de Santos apresentou um Plano de Expansão que prevê que sua movimentação será triplicada em 15 anos. O plano se baseia em estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que durou 11 meses, ao custo de US$ 1,3 milhão, pagos pela Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo).
“Santos passará das atuais 83 milhões de toneladas para 230 milhões de toneladas até 2024. E o volume de contêineres vai passar de 3 milhões de Teus (unidade de 20 pés) por ano para 9 milhões de Teus. Será a consolidação definitiva de Santos como o grande porto concentrador brasileiro”, disse o ministro Pedro Brito, da Secretaria Especial de Portos. Do total estimado para Santos em 2024, cerca de 70 milhões de toneladas serão granéis sólidos, 38 milhões de granéis líquidos e 122 milhões de carga geral.
O Plano de Expansão considera o momento atual, os principais projetos consolidados, os factíveis e as demandas da hinterlândia (área de influência do porto), abrangendo mercados de origem e destino, principais parceiros comerciais e PIB médio brasileiro e mundial, entre outras variáveis. Será a base para definir áreas para novos terminais, projetando demandas e a infraestrutura necessária para este crescimento.
Também foi apresentado na ocasião um Estudo de Acessibilidade, desenvolvido pela Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico de Engenharia (FDTE), da USP. As análises foram feita em sete meses e custaram R$ 750 mil à Codesp.
Com base nos estudos do BID e da USP, a Codesp vai elaborar um novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento que deve ser encaminhado ao Conselho de Autoridade Portuária ainda no primeiro semestre de 2010.
“Estes estudos foram realizados com metodologia científica, pesquisas muito apuradas e com um detalhamento que permitirá programar com bastante precisão os rumos do Porto nos próximos 15 anos”, disse José Roberto Serra, presidente da Codesp.
O presidente da Codesp apresentou projetos que totalizam R$ 4 bilhões para ampliar a capacidade de acesso, armazenagem e movimentação do Porto de Santos. No setor de contêineres, a Embraport pretende chegar a 1,85 milhão de Teus por ano, a BTP a 1,79 milhão de Teus, a Santos Brasil a 1,9 milhão de Teus, a Libra a 1,35 milhão de Teus, o Tecondi a 900 mil Teus e uma nova área no bairro do Saboó pode chegar a 800 mil Teus.
“Essas projeções mostram que Santos está bem atendida para o crescimento do contêiner e também de cargas como veículos e granéis vegetais apenas com as soluções já definidas e com projetos bem delineados”, afirma Serra.
Já com relação aos graneis líquidos, fertilizantes e enxofre, o estudo mostra que é preciso correr. Além da BTP, que atenderá também o setor de líquidos, há a implantação de novos berços para essa carga tanto na Ilha Barnabé quanto no Terminal da Alemoa e a perspectiva de se dedicar a área de Conceiçãozinha para granel sólido.
O estudo de acessibilidade da USP apontou os gargalos que precisam ser solucionados para que as vias de acesso ao Porto de Santos suportem a triplicação da demanda de cargas. A principal ação recomendada é a mudança da matriz de transporte, privilegiando o modal ferroviário, hidroviário, esteiras transportadoras e dutovias.
Atualmente, a grande maioria das cargas chega a Santos por caminhões. O BID prevê que em 2024 se alcance um equilíbrio no acesso ao porto, com cerca de um terço do transporte pelo modal rodoviário, um terço pelo ferroviário e um terço pelo aquaviário.