Empresa investe na expansão de fábrica e fomenta nova modalidade de aluguel de paletes
Logo após completar seus dez anos de mercado, no último mês de agosto, a Fort Paletes anuncia a expansão de sua fábrica localizada em Itararé (SP), na qual prevê investir algo em torno de R$ 1,5 milhão, na compra de maquinário importado e na expansão predial. O projeto prevê o aumento da capacidade de produção dos atuais 3.500 paletes por dia para 5.500 unidades diárias. De acordo com o diretor da Fort Paletes, Marcelo Canozo, a previsão é de que a unidade expandida comece a produzir no segundo semestre de 2010.
A empresa possui uma segunda planta industrial na cidade de São José dos Pinhais (PR), mais voltada à indústria automotiva, para a qual fornece embalagens especiais de madeira para as montadoras e autopeças, além dos paletes. A escolha por Itararé se deve à proximidade das áreas de reflorestamento, tanto do estado de São Paulo quanto do Paraná, além de estar mais próxima dos maiores mercados consumidores do Sul e Sudeste do país.
A maior capacidade produtiva se refletirá diretamente na qualidade dos serviços, com a maior disponibilidade e redução do tempo de entrega dos produtos ao cliente, fatores fundamentais neste negócio, ao lado da qualidade do produto. A Fort Paletes garante também a sustentabilidade do que entrega, uma vez que seus paletes e embalagens são feitos 100% com madeira reflorestada, sendo que todos os fornecedores possuem o certificado SFC, e a fábrica de Itararé aproveita 100% dos resíduos gerados nos seus processos.
A empresa pertence a uma família com tradição neste mercado, pois é dirigida por Marcelo Canozo e seu irmão, Augusto César Canozo, sobrenome intimamente ligado à fabricação deste equipamento no Brasil. A Canozo Madeiras foi por muito tempo uma das maiores indústrias nacionais do segmento. Com a bagagem da experiência familiar, os dois decidiram dar continuidade à tradição e fundar a Fort Paletes, totalmente independente, há dez anos. Com a empresa firmada no mercado, os dois planejam agora o crescimento para esta segunda década de vida.
Nova modalidade
Além da expansão, a empresa também está dando andamento à obtenção da certificação ISO 9000 e, recentemente, inovou no mercado de locação com uma modalidade que permite ao cliente ficar com os paletes ao final do contrato. Canozo frisa que o modelo é semelhante a um leasing bancário, mas não se trata disso. “Nós nem temos autorização para fazer leasing. Tampouco é um aluguel. Na assinatura do contrato, caso o cliente opte por ficar com os paletes, ele paga um pouco a mais por mês e, ao final do contrato o equipamento é seu”, explica.
Ele ressalta as vantagens dessa modalidade para os dois lados. “Para o cliente, contabilmente, o contrato consta como aluguel, então os paletes não entram em seu ativo e ele consegue fazer deduções de impostos, obtendo uma série de ganhos fiscais. Do nosso lado é a mesma coisa, pois não contabilizamos como venda. Existem benefícios para ambos os lados”, diz o diretor, complementando que já existem quatro clientes operando nesta modalidade, e mais um grande em fase adiantada de negociação de contrato.
A Fort Paletes também faz a locação tradicional, com devolução ao final do contrato, e presta serviços de manutenção e reforma dos equipamentos, inclusive daqueles de outros fabricantes. Canozo conta que fabrica não apenas os chamados Palete Padrão Brasil (PBR), de 1,00 x 1,20 cm, como também outros modelos. “O PBR representa hoje para nós cerca de 40% da produção. O restante é composto por modelos variados.”
É o caso da Cacau Show, que já era cliente e para quem a Fort está fazendo o fornecimento de equipamentos para o novo centro de distribuição de Itapevi (SP), num volume total inicial de dez mil paletes.
Em 2008, a empresa produziu 1,3 milhão de paletes, e para este ano, a produção deve ficar estável. Canozo espera um ligeiro aumento, de 5%, no faturamento. Isto apesar da queda no primeiro semestre, que foi entre 30% e 35%, devido à crise. O segundo semestre começou com recuperação, que se acentuou a partir do mês de setembro e continua em outubro. “Pelo que temos de produção comprometida até o final do ano, acreditamos fechar 2009 com números superiores aos do ano passado. Nossa única preocupação é se esta recuperação não se deve apenas ao aquecimento natural do mercado no final de ano. Temos de aguardo o início de 2010 para ver, mas acreditamos que será um bom ano”.
Paletes piratas
Marcelo Canozo também é presidente da Associação Brasileira de Fdabricante de Paletes (Abrapal), entidade que representa os interesses do segmento e para a qual foi eleito para o segundo mandato consecutivo, em 2008. Lá, vem desenvolvendo um trabalho ferrenho de conscientização dos usuários para incentivar a compra de paletes apenas de empresas credenciadas.
“O usuário tem que saber as vantagens do produto credenciado e os riscos envolvidos na utilização de um produto não credenciado e de origem duvidosa, como os paletes usados”, avisa, dizendo que a Abrapal vem trabalhando principalmente através de seu website, um canal direto com o mercado. Ele estima que entre 50% e 60% dos paletes PBR circulando atualmente sejam de origem não comprovada, o que traz sérios riscos à segurança das operações, além de riscos sociais e ambientais. “É como comprar qualquer outro produto pirata: você está estimulando a contravenção em detrimento de empresas sérias”.