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EIF produz locomotiva nacional

Por Redação em 11 de novembro de 2008 às 15h34 (atualizado em 19/04/2011 às 15h16)

Empresa inicia produção de máquinas de 600 a 1.500 hp, para venda via Finame e divulga projeto inédito de locação

Apostando no crescimento do segmento ferroviário de cargas, a EIF, fabricante e reformadora brasileira de locomotivas, anuncia investimentos em várias frentes de mercado no país, inclusive no segmento de locação, operação logística e representação de componentes. O projeto mais arrojado, contudo, é o lançamento de uma locomotiva diesel-elétrica “EIF 1000”, inteiramente produzida no país, já com um índice de nacionalização de 82% – o que favorece a sua comercialização através da linha Finame. A faixa de preço deste equipamento varia entre US$ 1,5 milhão a US$ 1,8 milhão.

Segundo Carlos Braconi, diretor da empresa, a máquina foi desenvolvida para realizar operações no transporte de cargas em todas as ferrovias brasileiras, para diversos setores como siderurgia, portos e em pátios manobras – e ainda em serviços de passageiros. O projeto demandou R$ 1,5 milhão e foi realizado totalmente com recursos próprios. A boa notícia  é que a EIF acaba de vender três locomotivas para a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). “A primeira unidade está quase pronta e recebendo a pintura final na cor vermelha, para entrega na segunda semana de novembro. E as outras duas serão produzidas para a usina de aços longos da siderúrgica e estarão prontas já em 2009”, detalha o empresário.

A locomotiva, que atua na faixa de potência de 600 hp a 1.500 hp, tem adequação para rodar nas três bitolas existentes no país – métrica, larga e standard – e pode tracionar até 130 toneladas de cargas (20 a 30 vagões em linhas secundárias), a uma velocidade até 80 km/hora. Ela foi idealizada para atuar com motor diesel-eletrônico, que propicia um melhor controle de emissão de gases, economia de combustível e maior eficiência operacional – e incorpora ainda um microprocessador para controlar toda a parte eletrônica da máquina. “Essa primeira unidade foi customizada para atender especificamente a operação de cimentos da CSN, em Volta Redonda (RJ). A companhia optou pela configuração convencional, sem os itens tecnológicos mais avançados”, detalha João Gemma, também diretor da empresa, dizendo que a unidade – projetada para bitola de 1,60 metro, mas que pode deslocar vagões de bitola estreita –  foi longamente testada durante o mês de outubro pela siderúrgica.

Linha de produção

A locomotiva está sendo produzida na fábrica da EIF, em Paulínia (SP), região da Grande Campinas (SP), que tem a área total de 8 mil metros quadrados, onde trabalham 110 funcionários. A atual a linha de montagem permite a fabricação de 20 locomotivas por ano, mas a capacidade pode ser dobrada havendo necessidade. “O nosso principal foco na fábrica foi investir em formação e capacitação de mão-de-obra para este segmento, que está em falta. E, depois, há muita tecnologia nova vindo para o setor ferroviário que é preciso incorporar”, explica Braconi.

A preocupação em capacitar profissionais para atuar na fabricação de locomotivas, segundo o executivo, justifica-se não só pela preocupação com a qualidade dos processos, como pela perspectiva de incremento de pedidos. “Acabamos de receber demandas do exterior para cinco unidades”, adianta Braconi, relevando tratar-se de países da América do Sul. Com isso, a EIF poderá refazer suas contas e fomentar a produção se as demandas aumentarem. “Já o mercado  brasileiro, levando em conta a movimentação dos setores de mineração, siderurgia, celulose e em terminais, pode absorver 60 máquinas por ano – mas vamos continuar trabalhando com uma previsão realista de 20 unidades em 2009”, diz.

Novos focos

Enquanto o segmento de produção de locomotivas cresce, a EIF não vai abandonar o segmento de modernização de locomotivas usadas, bem como se prepara para iniciar novos negócios. Aliás, a empresa iniciou suas atividades trazendo locomotivas dos Estados Unidos, para fazer as reformas e adaptações para o mercado brasileiro (em geral são cerca de seis modelos de máquinas com motores GM e GE de 3000 a 3.600 hp) – sem contar a reabilitação de truques ferroviários.

Braconi comenta que, há seis anos, quando começou essa atividade o parque de locomotivas era de 1.500 máquinas, a maioria entre 2000 e 3000 hp, com idade média de 28 anos. Após a implantação do serviço de reparação de unidades usadas houve um incremento de 30% e a faixa etária obviamente caiu (não há aferição). Vale ressaltar que, nesse negócio, a fabricante faz também toda a logística marítima,  envolvendo importação, cabotagem e desembaraço. “Nossa intenção é a de que o mix da empresa permaneça em 60% para a produção de locomotivas novas e 40% nas reformas e outros serviços”, comenta.

Mas não é tudo. Com as necessidades de incremento da frota nacional de locomotivas, a EIF também pretende oferecer ao mercado o ‘HP.Hora’, seu mais novo serviço de locação de máquinas – uma tendência hoje nos Estados Unidos, onde 56% da frota local em operação pertencem a empresas de leasing, segundo o empresário. “Nosso objetivo é copiar o modelo, adaptando-o ao nosso mercado, mas mantendo o mesmo princípio. Com isso, muitos operadores não precisarão investir em ativos que muitas vezes ficam de reserva para os momentos de pico”, salienta.

Os contratos de locação de locomotivas novas e usadas serão feitos com base em soluções customizadas para máquinas de 500 a 4.000 hp, para as bitolas métrica, standard e larga.  O modelo de aluguel operacional será baseado em horas utilizadas, incluindo a manutenção no custo, sem contar a assistência técnica, manutenção e reposição de peças. Para orientar os operadores, a EIF montou uma equipe técnica, formada por oito engenheiros, além de profissionais especializados que poderão dar suporte ao mercado.

“Com esta vasta gama de serviços, que abrange desde a produção de locomotivas, venda, locação, revisão e manutenção, logística de importação e treinamento, nossa empresa se coloca como provedora de soluções customizadas bastante completa para o mercado”, define Braconi. De quebra, a empresa está também iniciando a representação exclusiva no país da Gardner Denver, fabricante de compressores para o segmento ferroviário. “Com todas essas frentes de negócios e a possibilidade de nos unirmos a investidores – possibilidade que já estamos estudando – esperamos crescer o volume de dez anos em apenas cinco”, finaliza, otimista.

www.eiflocomotivas.com.br

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