Fabricante finalizou experimentos em bancos de prova
A montadora alemã Mercedes-Benz saiu na frente na corrida tecnológica e é a primeira marca no Brasil a apresentar os resultados de testes com o “B100”, combustível 100% biodiesel. Os motores eletrônicos OM 457 LA e OM 926 LA, abastecidos com biodiesel B100, foram submetidos a condições extremas em mais de 1.400 horas de ensaios em dinamômetros no Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo (SP). Após o êxito da experiência, a montadora já confirma que estão em curso testes nos veículos em operações regulares de transporte.
O biodiesel é a mistura de óleo vegetal com álcool, que resulta em éster mais glicerina, produto comumente usado na formulação de cosméticos e outros produtos, enquanto o B2, B5 etc. é a mistura de diesel ou H-Bio mais éster. É a quantidade deste último que forma o radical. Ou seja, diesel mais éster a 5% é igual ao biodiesel B5. Já o H-Bio é a composição de diesel mais óleo vegetal.
A experiência mundial da Mercedes-Benz com o biodiesel tem sido fundamental para o direcionamento do trabalho realizado no Brasil. Segundo a fabricante, a utilização deste composto em veículos comerciais é uma iniciativa de países preocupados em reduzir o nível de emissão de poluentes para preservar o meio ambiente.
No avanço da Mercedes-Benz com o biodiesel há outros passos marcantes. A mistura B20 (20% de biodiesel + 80% de diesel) também já teve resultados satisfatórios em testes de bancos de provas, e vem passando agora por testes operacionais em percursos regulares em 15 veículos equipados com motores médios e pesados.
A porcentagem de mistura B5 (5% de biodiesel + 95% de diesel) será exigida no Brasil somente a partir de 2013. O programa de testes iniciado em agosto de 2006 envolveu oito veículos comerciais de passageiros de grande densidade. Esses motores não receberam nenhuma alteração para o abastecimento com B5 e percorreram mais de 320 mil quilômetros e consumiram cerca de 134.000 litros da mistura. Foram mais de 19.300 horas trabalhadas em operações de alta solicitação, sem observação de problemas decorrentes do uso do biodiesel. O próximo passo é adotar o biodiesel no transporte rodoviário de cargas.