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JDA anuncia retomada de crescimento

Por Redação em 9 de agosto de 2007 às 15h59 (atualizado em 06/05/2011 às 12h02)

Bons resultados são atribuídos à adoção de nova arquitetura, anunciada seis meses após a compra da Manugistics

Imagine integrar soluções de inúmeras empresas adquiridas ao longo de anos com suas próprias soluções, todas já rodando nos clientes. Difícil? Agora imagine integrar soluções e clientes de uma empresa quase tão grande quanto a sua, com número equivalente de soluções e de clientes, que você acabou de comprar, sem comprometer a operação dos clientes. Foi este o desafio enfrentado pela softwarehouse de origem canadense JDA, após adquirir a Manugistics em julho de 2006, por US$ 213 milhões.

A fusão criou uma empresa que oferece soluções para toda a cadeia de abastecimento, desde a compra de matérias-primas, passando pelos processos de manufatura e reposição, chegando até as gôndolas e os processos de precificação, através de uma combinação de avançadas soluções de otimização e execução.

Criada em 1985 e possuindo hoje 5.500 clientes em mais de 60 países, a JDA é tradicional no segmento de varejo, enquanto as soluções da Manugistics atendem à outra ponta da cadeia: a indústria e seus fornecedores, muito embora existam soluções sobrepostas. “Temos agora vinte anos de experiência no segmento de varejo e vinte no de supply chain management. A fusão tornou a JDA uma empresa altamente competitiva em ambos os segmentos”, conta Patroclos Prasinos, diretor geral para o Brasil da JDA, explicando que 41% do faturamento da empresa vêm hoje da parte de supply chain e 52% do varejo.

“Antes da Manugistics, nós até tínhamos na JDA uma quantidade significativa de clientes de manufatura, grande parte deles fornecedores de varejistas que usavam nossas soluções, principalmente para administrar o espaço nas gôndolas”, explica o diretor. “Como um dos maiores varejistas do mundo é nosso cliente, tínhamos cerca de cinco mil fornecedores da rede que representavam cerca de 15% de nossa receita, e 400 clientes que faziam 80% da receita. Agora, isto se equilibra”, acredita.

Nova arquitetura

Ainda separadas, as duas empresas já vinham de um longo histórico de aquisições e fusões de empresas e, conseqüentemente, de sistemas legados. E a integração dessas plataformas sempre foi uma preocupação de ambas. Em janeiro de 2007, para maximizar as sinergias obtidas com a aquisição da Manugistics, a JDA anunciou a adoção da plataforma batizada de JDA Enterprise Architecture, baseada nos conceitos da Manugistics.

“Ou seja, anunciamos que estávamos abandonando nossa própria arquitetura e adotando a solução que a Manugistics operava, que possui uma série de vantagens em relação à nossa. Eles haviam resolvido esta questão da integração muito antes e melhor que a JDA, porque já reuniam todas as soluções em uma plataforma única”.

Prasinos explica que, antes da compra da Manugistics, a JDA trabalhava com uma versão tecnológica chamada Portfolio Synchronized, ou simplesmente Portfolio JDA, que fazia a integração dos múltiplos sistemas que a empresa adquiriu ao longo do tempo, com as várias aquisições. “Esta preocupação com a integração sempre houve, mas ela se tornou gigantesca quando adquirimos a Manugistics, porque não era uma empresa simples, de uma solução só. O esforço teria de ser muito maior, e ele resultou na JDA Enterprise Architecture”, afirma o diretor.

Segundo a JDA, esta arquitetura torna possível uma única visão da demanda ao longo de todas as atividades de planejamento e otimização de uma empresa. Com ela, os consumidores podem tomar decisões mais rápidas e inteligentes em manufatura, suprimentos, planejamento de supply chain, distribuição, merchandising, logística, promoções, ressuprimento e otimização de espaço em gôndolas. Segundo declarou o CEO da JDA, Hamish Brewer, na ocasião do anúncio da nova arquitetura, “ela acelera dramaticamente a oferta para o mercado de uma suíte completa e integrada, numa plataforma hoje já testada em mais de cem dos maiores clientes da empresa, e que chegou apta a integrar imediatamente cerca de 20 soluções existentes”.

De acordo com Prasinos, a nova arquitetura é uma ótima notícia para quem é cliente da Manugistics, porque nada muda, e também para os clientes da JDA, que terão uma plataforma já testada e consolidada no mercado. “Esta é a notícia: não teremos colcha de retalhos, como o mercado temia; estamos alinhavando todas as aplicações que já existiam em uma única plataforma, que agora é JDA, garantindo a integração dos nossos produtos no futuro”, informa.

A JDA tem hoje cerca de 101 soluções e, de acordo com Prasinos, as que eram Manugistics não precisarão migrar para a nova plataforma. Das soluções JDA (cerca de 70), a maioria vai migrar. O tempo de migração também irá variar, dependendo da sofisticação de cada solução. “Quanto menor, mais rápido vai ser. Alguns softwares não necessitam de integração tão grande com os processos de varejo ou manufatura, são mais estanques e, portanto, nem vão migrar”, avisa.

A JDA já está explorando as oportunidades de vendas cruzadas entre os clientes Manugistics e JDA, que segundo Prasinos são muitas. “Já estamos em franco processo de vendas de produtos Manugistics para o varejo e de alguns da JDA para a indústria, mas o movimento forte é o contrário, já que os produtos da Manugistics são extremamente aderentes às operações de varejo, principalmente as linhas de gestão de transportes e frota (TMS) e otimização de preços (pricing), uma solução que trabalha a curva de sensibilidade e de flexibilidade da demanda”. Outras soluções que, segundo ele, têm grandes oportunidades no mercado brasileiro são as de gestão de demanda e o de reposição e gestão de estoque, ambos do portfólio da Manugistics.

“Acredito que a JDA Solutions está muito bem dentro do segmento de softwares especialistas”, resume Prasinos. Quanto às soluções sobrepostas – que são várias – ele diz que a continuidade irá depender do usuário e da necessidade. “Algumas soluções são semelhantes, mas atuam em processos diferentes; e os produtos JDA normalmente são mais simples de operar, não exigindo grande preparo por parte dos clientes. Então o que será adotado terá que ser analisado caso a caso”.

O importante, segundo ele, é que nada será relegado. “A própria mudança de arquitetura mostra como a JDA está levando a sério este mercado que antes não atendia. Não adquirimos a Manugistics só por causa dos produtos, mas também pelos mercados em que atua. Atendê-los não é somente a estratégia da JDA, mas também sua nova missão”, reafirma.

Impacto

Um dos receios do mercado após a compra da Manugistics pela JDA era de que esta última se perdesse e não conseguisse tirar da fusão todo o seu potencial. “Quando há uma grande mudança, é natural que o mercado reaja e fique desconfiado”, explica o diretor.

Esta desconfiança, se houve, já passou, como mostram os números da empresa. Os resultados do primeiro trimestre de 2007, encerrado em 31 de março, reportaram faturamento total de US$ 90,7 milhões, comparados a US$ 47,9 milhões nos primeiros quatro meses de 2006. Na comparação entre os dois trimestres, o faturamento com softwares foi de US$ 17 milhões em 2007, contra US$ 7,1 milhões em 2006. A aquisição da Manugistics adicionou US$ 36,5 milhões em faturamento durante o primeiro trimestre de 2007, incluindo US$ 4,2 milhões em softwares.

As ações da JDA na Nasdaq, a bolsa americana das empresas de tecnologia, que havia sofrido um pequeno abalo após a aquisição da Manugistics, voltaram a se valorizar, fechando o trimestre ao valor unitário de US$ 0,28 não GAAP (não contábil), em comparação aos ganhos por ação de US$0,07 no primeiro trimestre de 2006. A JDA apresentou EBITDA (lucro excetuando impostos, taxas, depreciação e amortização) de US$ 19,6 milhões nos primeiros três meses de 2007, contra US$ 4 milhões em igual período de 2006.

Estabilidade para crescer

Outro ponto importante destacado por Prasinos foi a estabilidade que a aquisição trouxe para a Manugistics, cujas dificuldades financeiras a faziam perder negócios, já que a empresa não era aprovada em uma análise financeira. “Por outro lado, a JDA é muito sólida financeiramente e esta característica devolve à Manugistics condições de competir. Tanto é assim que alguns negócios que estavam parados já foram retomados”, garante Prasinos.

“O impacto da aquisição no mercado brasileiro tem sido extremamente positivo, porque a plataforma Manugistics realmente auxilia na integração dos outros softwares, e a base instalada aqui é muito grande, até maior que a da JDA, pois o segmento de varejo no Brasil só agora começa a adotar soluções mais sofisticadas”, conclui Prasinos.
JDA:

www.jda.com

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