Retração do mercado brasileiro em 2006 é compensada pela expansão da marca na Argentina e Venezuela e pelo aumento das exportações
A Iveco projeta fechar o ano de 2006 com 12 mil caminhões comercializados na América Latina, desempenho semelhante ao registrado em 2005, quando vendeu 11.924 veículos na região. Apesar disso, o número é um recorde histórico para a empresa na região. A empresa compensou a retração no mercado brasileiro com o crescimento das vendas nos mercados argentino (16%) e venezuelano (25%).
Segundo o presidente da Iveco Latin América, Jorge Garcia, a companhia termina 2006 com resultado operacional positivo pelo segundo ano consecutivo na região. “Uma empresa financeiramente sólida é a maior garantia que podemos dar a nossos concessionários e clientes”, diz.
Garcia, que retornará à Europa após dois anos e oito meses comandando as operações da Iveco na América Latina, transmitirá o cargo, dia 1° de Janeiro a Marco Mazzu. O novo presidente assumirá a empresa com um programa de investimentos já aprovado da ordem de R$ 150 milhões. De acordo com a empresa, a verba será destinada ao lançamento de novos produtos a partir de 2007.
Além de investir no desenvolvimento de novidades, parte dos recursos será aplicada na adequação da capacidade produtiva à demanda local, já que a empresa espera crescimento para o ano que vem. A fábrica da Argentina, em Córdoba, por exemplo, está no limite da capacidade. Em dois turnos, são produzidos nove mil veículos médios e pesados. Em Sete Lagoas (MG), a produção de caminhões pesados deve crescer 60% a partir de fevereiro e deverá atingir cerca de duas mil unidades em 2007.
Exportações
Apesar do encolhimento do mercado de caminhões no Brasil, a Iveco comemora os resultados. Um dos motivos ressaltados pelo presidente foi o fato de a empresa ter fábricas em outros países da região, estratégia que contribuiu para empresa contornar a volatilidade econômica da América Latina.
De acordo com Garcia, a Iveco perdeu market share no Brasil mas pôde, em contrapartida, partir em direção a novos mercados, como os países da América Central. “Hoje, cerca de 60% da produção de Sete Lagoas vai para o exterior”, calcula. No Brasil, de janeiro a novembro deste ano, a participação da Iveco no segmento de leves foi de 15,8%, 1,5% no segmento de médios e 5,2% no de pesados.
Ações
O ano de 2006 também fica marcado para a empresa pela entrada em novos segmentos. Seis caminhões pesados passaram a compor a linha de produtos da marca, dentre eles quatro caminhões extra-pesados da família Stralis e o cavalo-mecânico EuroCargo Cavallino, primeiro produto Iveco a concorrer na faixa das 43 toneladas.
Além dos caminhões, a empresa iniciou, também, a produção no Brasil de duas famílias de motores, aumentando o índice de nacionalização dos produtos para 75%. Hoje, na fábrica Iveco Fiat de Sete Lagoas são montados os motores das famílias Sofin (para os modelos Iveco Daily), Cursor 13 (Iveco Stralis e Iveco Trakker), Tector (que equipa os caminhões médios EuroCargo), motor 8210 (utilizado em caminhões pesados na Argentina e Venezuela) e o motor Cursor 8, que equipa o caminhão EuroCargo Cavallino.
Em 2006, a Iveco ainda nomeou mais cinco concessionários, somando, hoje, 57 em todo o Brasil. “Já temos contratos firmados com investidores para a abertura de novas revendas em 2007”, adianta Garcia.
Estratégia
Outro destaque do ano, relata Garcia, foi a transferência da sede administrativa da Iveco de São Paulo para Minas Gerais. Concluída em agosto, a alteração serviu para aproximar a direção da empresa da fábrica de Sete Lagoas e do centro administrativo do Grupo Fiat no país. “Ganhamos maior agilidade na tomada de decisões”, resume.
Em mais uma iniciativa para alterar a estrutura, a companhia criou sete escritórios regionais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e no Distrito Federal, Brasília . O objetivo é dinamizar o processo de atendimento à rede em todo o país.