A venda de veículos no Brasil cresceu 15% em 2024 em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Faltando poucos dias úteis para o final do ano, a associação projeta que 2024 fechará com 2,65 milhões de autoveículos emplacados (incluindo caminhões, carros e ônibus), o maior número registrado desde 2007.
A produção deve aumentar 10,7%, totalizando 2,574 milhões de autoveículos fabricados no Brasil. A diferença entre os percentuais de vendas e produção é explicada pela estagnação nas exportações e o aumento expressivo nas importações, que subiram 31,5% (463 mil unidades). Na comparação entre o segundo e o primeiro semestre de 2024, a produção cresceu 26,2%, os emplacamentos 32% e as exportações 44,2%.
“O Brasil foi o que mais cresceu entre os principais mercados do mundo. Esperamos começar 2025 nesse ritmo acelerado e fazer do próximo ano o último degrau antes da volta ao patamar dos 3 milhões de unidades vendidas”, avalia o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
O Brasil liderou o crescimento global no setor automotivo em 2024, superando mercados importantes. Confira os principais desempenhos:
As importações tiveram a maior participação nos emplacamentos dos últimos 10 anos, representando 17,4%. Um terço dos modelos importados veio de empresas que não produzem no Mercosul. De acordo com a análise do presidente da Anfavea, este desequilíbrio na balança comercial, causado pelo baixo Imposto de Importação para elétricos e híbridos, impediu que fabricantes locais obtivessem uma recuperação ainda mais robusta.
Para 2025, a produção deve crescer 6,8%, alcançando 2,749 milhões de unidades. Esse crescimento será liderado por veículos leves (+7,3%), enquanto a produção de caminhões e ônibus deve permanecer estável em 169 mil unidades.
Desde 2022, as exportações apresentam crescimento modesto. Em 2024, o volume esperado é de 402,6 mil unidades, uma leve queda de 0,3% em relação ao ano anterior. A redução foi impactada pela retração dos mercados de destinos importantes como Chile e Colômbia e pela perda de participação no México.
A Argentina, no entanto, recuperou o posto de principal parceiro comercial do Brasil, com um crescimento de 39% nas exportações para o país. Para 2025, a Anfavea projeta uma recuperação maior, com exportações atingindo 428 mil unidades, uma alta de 6,2%.
*Com informações da Anfavea e da Exame