A Mediterranean Shipping Company (MSC) concluiu a aquisição da Wilson Sons, empresa com atuação em diversos segmentos portuários e marítimos. A transação foi realizada por meio da SAS, subsidiária da MSC, e avalia a Wilson Sons em R$ 9,9 bilhões em termos de enterprise value, com equity value de R$ 7,8 bilhões.
A MSC pagará R$ 17,50 por ação pelos 56% da empresa que pertenciam à Ocean Wilson, companhia listada na Bolsa de Londres. A operação, com múltiplo de 8,7x EBITDA, coloca a compra da Wilson Sons em um valor intermediário entre o de empresas do setor de terminais e rebocadores. Além disso, a transação inclui o pagamento de um dividendo trimestral de US$ 22 milhões até o fechamento do acordo.
De acordo com as regras do Novo Mercado, a MSC fará uma oferta pública de aquisição (OPA) estendendo o mesmo valor das ações aos demais acionistas, o que pode resultar na saída da Wilson Sons da Bolsa. Na última sexta-feira (18), as ações da Wilson Sons fecharam em R$ 17,85, refletindo um desconto de 2% em relação ao preço de compra oferecido pela MSC.
A movimentação de compra pela MSC ocorreu após a desistência da aquisição da Santos Brasil, que foi vendida no mês anterior à CMA CGM. No último ano, o fundo I Squared também havia demonstrado interesse na Wilson Sons, elevando o valor das ações da companhia ao longo das negociações. Antes das especulações sobre a venda, as ações eram negociadas em torno de R$ 10,50.
A aquisição da Wilson Sons amplia a operação da MSC no Brasil, onde já possui 50% do terminal BTP no porto de Santos, em parceria com a Maersk, além de um terminal em Navegantes, Santa Catarina. A MSC também possui participação em 47 terminais em 27 países, além de operar 850 navios de carga e 5 aeronaves.
A Wilson Sons, que gerou uma receita líquida de R$ 2,5 bilhões e um EBITDA de R$ 1,1 bilhão nos últimos 12 meses, atua em quatro principais áreas: rebocadores, terminais de contêineres, serviços offshore e outros negócios, como estaleiros e logística. A maior parte de seu EBITDA, cerca de 44%, vem da operação de rebocadores, seguida pela operação de terminais de contêineres (34%) e pelo setor de serviços offshore (15%).
A operação foi assessorada pelo BTG Pactual, com apoio jurídico do escritório Pinheiro Guimarães Advogados no Brasil e Slaughter and May no exterior. A MSC contou com assessoria jurídica de Mello Torres Advogados no Brasil e Skadden em Londres.