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Vacância de galpões logísticos cai e aluguel sobe 15% em um ano

Consultorias indicam tendência de novos aumentos nos próximos meses
Por Redação em 18 de outubro de 2024 às 11h20
Vacância de galpões logísticos cai e aluguel sobe 15% em um ano
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A taxa de vacância dos condomínios logísticos no Brasil encerrou o terceiro trimestre com uma média de 8,8%, segundo dados da consultoria imobiliária Colliers. O índice representa uma redução de 0,5 ponto percentual em comparação ao segundo trimestre deste ano e também em relação ao mesmo período do ano anterior.

A queda na taxa de vacância coincide com a estabilidade no volume de absorção líquida, que é a diferença entre novas áreas ocupadas e áreas devolvidas. Além disso, o preço médio de locação desses espaços registrou um aumento de 15% na média nacional, alcançando R$ 28 por metro quadrado, com o Estado de São Paulo apresentando um crescimento de 20%.

Paula Casarini, CEO da Colliers no Brasil, afirmou que 2024 tem apresentado um desempenho superior ao esperado, o que explica o aumento nos valores de locação. Segundo ela, a pressão nos preços dos terrenos, o custo de construção e o encarecimento do capital, devido às taxas de juros, são os principais fatores que impulsionam o aumento. Mauro Dias, presidente da GLP no Brasil, destacou que o aumento dos preços, esperado há algum tempo pelos desenvolvedores e locadores, agora é uma realidade.

André Romano, gerente de industrial e logística da JLL, acredita que o valor de R$ 30 por metro quadrado se tornará comum, criando uma nova dinâmica no mercado de galpões. Ele aponta que inquilinos menores, como pequenas transportadoras, podem não conseguir acompanhar os aumentos nos preços dos galpões de alto padrão. Como consequência, espera-se o desenvolvimento de galpões de classe B, menos qualificados e mais distantes dos grandes centros urbanos, o que pode atrair novos inquilinos.

Os especialistas concordam que ainda há espaço para novos aumentos nos preços de locação. O setor de e-commerce tem sido um dos maiores responsáveis pela demanda crescente, uma vez que as empresas buscam galpões próximos aos centros urbanos para acelerar as entregas. No terceiro trimestre, grandes empresas de e-commerce, como Mercado Livre e Magazine Luiza, alugaram diversos galpões pelo país. O Mercado Livre, por exemplo, anunciou a ampliação de seus centros de distribuição no Brasil, de 10 para 21, sendo que parte desse movimento já foi absorvido pelo mercado.

Para o restante de 2024 e 2025, a expectativa é que o aumento da taxa Selic possa dificultar a captação de recursos por fundos de investimento imobiliário, que são grandes compradores de galpões. Mauro Dias, da GLP, ressaltou que 2024 tem sido positivo nesse aspecto, com captações realizadas no início do ano, mas observou que o mercado está mais cauteloso quanto a novas captações.

A Colliers projeta que a vacância se mantenha em níveis semelhantes até o final de 2024, com uma variação esperada entre 7% e 9% para o ano seguinte, dependendo do otimismo do mercado.
 

*Com informações do Valor Econômico.

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