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Pneus importados entram no Brasil com preços até 69% menores que no mercado internacional, revela estudo

ANIP alerta para riscos de demissões e desindustrialização com o aumento das importações de pneus sem barreiras tarifárias
Por Redação em 12 de agosto de 2024 às 7h24
Pneus importados entram no Brasil com preços até 69% menores que no mercado internacional, revela estudo
Foto: Divulgação/Volvo
Foto: Divulgação/Volvo

Estudo da LCA Consultoria Econômica, realizado para a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), aponta que o Brasil se tornou alvo de concorrência desleal com a entrada de pneus importados a preços significativamente inferiores aos praticados no mercado internacional. Em 2023, os pneus de carga importados chegaram ao Brasil com um custo médio de US$ 2,9 por quilo, enquanto no mercado internacional o preço médio era de US$ 4,2 por quilo.

O estudo também analisou o custo dos pneus de carga em mercados de referência. Nos Estados Unidos, o maior mercado importador, o preço médio foi de US$ 4,4 por quilo, no México, US$ 4,5, e na França, US$ 5,3. O Brasil apresentou o menor preço médio, com valores 69% abaixo dos praticados no mercado internacional.

Para os pneus de passeio, a discrepância também é expressiva. Em 2023, o preço médio internacional foi de US$ 5,7 por quilo, enquanto no Brasil os pneus chegaram ao mercado por US$ 3,2 por quilo. Nos Estados Unidos, o valor foi de US$ 5,8 por quilo e, na França, de US$ 6,5 por quilo.

Klaus Curt Müller, presidente executivo da ANIP, afirmou que a ausência de barreiras tarifárias no Brasil tem facilitado a entrada de pneus importados, especialmente de países asiáticos, a preços desleais, afetando negativamente a cadeia de produção nacional. Entre 2021 e 2023, enquanto outros países como Estados Unidos e México adotaram medidas de proteção, o Brasil não impôs barreiras, resultando em um aumento de 104% na importação de pneus de passeio e de 84% no segmento de carga.

Pneus importados entram no Brasil com preços até 69% menores que no mercado internacional, revela estudo

A ANIP entrou em outubro de 2023 com um pedido à Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex) para elevação temporária da Tarifa Externa Comum (TEC) de 16% para 35% sobre pneus de passeio e de carga, por um período de 24 meses. A medida visa reequilibrar o mercado e evitar o risco de desindustrialização no setor, que hoje emprega 32 mil trabalhadores diretamente e gera 500 mil empregos indiretos no país.

Müller destacou que o impacto da concorrência desleal ameaça empregos e coloca em risco os investimentos futuros no setor, além de desorganizar a cadeia produtiva, afetando fornecedores de insumos como borracha, têxteis, produtos químicos e aço. Segundo dados da Receita Federal, 100% dos pneus importados da Ásia chegam ao Brasil com preços abaixo do custo de produção, e 50% são vendidos no mercado local a valores inferiores ao custo da matéria-prima.

Atualmente, o Brasil conta com 11 fabricantes de pneus em operação, distribuídos por 21 plantas industriais em sete estados. Em 2023, essas fabricantes venderam 52 milhões de pneus no mercado local, após investirem R$ 11 bilhões nos últimos 10 anos para melhorar seus processos, aumentar a capacidade produtiva, e em tecnologia e sustentabilidade.

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