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Especialista aponta 3 prioridades estratégicas para empresas de logística em 2024; confira

Palestrante, consultor e escritor Mark Millar traz um panorama do cenário logístico internacional e sugere adaptações para empresas
Por Gabriela Medrado em 1 de março de 2024 às 9h00
Especialista aponta 3 prioridades estratégicas para empresas de logística em 2024; confira
Foto: Reprodução / ERA
Foto: Reprodução / ERA

No ano de 2024, as empresas de logística podem continuar esperando o inesperado, de acordo com o especialista em logística e supply chain Mark Millar. Em um webinar promovido pela ERA – Expense Reduction Analysts e chamado de "What's Next for Supply Chain and Logistics: 2024 and Beyond", o palestrante, consultor e escritor refletiu sobre os aprendizados dos últimos anos, avaliou desafios atuais e elencou três prioridades estratégicas para empresas de logística em 2024.

Especialista aponta 3 prioridades estratégicas para empresas de logística em 2024; confira

Instabilidade geopolítica

Nos últimos três anos, cadeias logísticas em todo o mundo precisaram se adaptar aos desafios e instabilidades de uma pandemia, uma crise no Canal de Suez ocasionada pelo incidente com o contêiner da Evergreen em março de 2021, e crises geopolíticas globais manifestadas em conflitos como a guerra na Ucrânia e o conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Em 2023, foi registrado o maior número de conflitos violentos no mundo desde a Segunda Guerra Mundial.

Com isso, crises inesperadas e situações geopolíticas ganharam um grande peso nas decisões de supply chain e, segundo Millar, "a cadeia de suprimentos só é tão forte quanto o seu membro mais fraco". Ele explica que, em resposta às instabilidades, as cadeias deixaram de ser lineares e se tornaram verdadeiros ecossistemas, em que as empresas olham com cuidado para cada um de seus fornecedores e parceiros buscando evitar vulnerabilidades.

Em 2024, as empresas podem continuar esperando instabilidade geopolítica. A crise recente no Canal de Suez devido ao conflito em Gaza causou um aumento de 200 a 300% no preço dos fretes e mais 8 a 10 dias de transit time; tensões entre Estados Unidos e China aumentaram e causam insegurança em relações comerciais; crescimento lento e crise de custo de vida na Europa causa estão causando protestos de trabalhadores e agricultores; e eleições decisivas em diversos países, como México, Rússia, Índia, Irã, Reino Unido e Estados Unidos, prometem abalar o cenário político e econômico.

Por enquanto, alta inflação, altas taxas, crescimento lento, protestos de trabalhadores e agricultures, crises de mão-de-obra, crises no custo de vida e em moradia são esperados.

 

Perto de casa

Segundo Mark, as tensões entre China e Estados Unidos, a desaceleração no crescimento do gigante asiático e o aumento dos custos de produção e mão-de-obra estão fazendo muitos países reconsiderarem sua atuação na China. O nearshoring promete se uma tendência importante em 2024, com empresas buscando levar sua produção e armazenagem a países mais próximos dos mercados consumidores e reconsiderando fretes intercontinentais. O made in China está aos poucos sendo substituído pelas fábricas e montadores no México, no caso das empresas norte-americanas, e as empresas europeias estudam opções na Turquia, Hungria, no leste europeu e no norte da África.

"A maioria das empresas está reconsiderando, recalibrando e reconfigurando suas cadeias de suprimentos globais. Há uma tendência geral de encurtar as cadeias globais e um movimento de criar cadeias regionais, onde a produção está mais próxima do consumo, as distâncias são mais curtas e os riscos são menores", explica Mark Millar.

 

Três prioridades estratégicas

Mark Millar aponta três prioridades estratégicas importantes para empresas de logística este ano, sendo elas:

1. Resiliência na cadeia de suprimentos

O autor destaca três passos-chave: mapear o ecossistema da cadeia, com todos os seus parceiros. fornecedores e operadores; aplicar a modelação de cenários, considerando diversos cenários desfavoráveis possíveis; e fazer uma matriz de risco x impacto com cada cenário, buscando vulnerabilidades.

2. Revisão da rede de parceiros de negócios

Millar recomenda que as empresas avaliem com cautela sua relação com parceiros de negócios, diversificando onde for necessário e consolidando parceiros que mostraram adaptabilidade e rapidez em resolver problemas. A transparência na comunicação entre empresas será um tema de interesse em 2024.

3. Jornada de digitalização

Com a ascenção de tecnologias de armazenamento em nuvem, software as a service (SaaS), inteligência artificial e análise de dados preditiva, as empresas devem usar as novidades a seu favor buscando apoio na tomada d edecisões estratégicas e redução de custos operacionais.

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