A AmstedMaxion, que completa neste mês de outubro 75 anos de atuação no mercado, comemora o aniversário como uma série de ações voltadas a melhorias operacionais, tanto relacionadas a questões fabris quanto ao aprimoramento e desenvolvimento de processos, produtos e serviços. A logística não fica de fora e traz inovações que contribuem para o desempenho eficaz da companhia.
O supervisor de Logística e Materiais da AmstedMaxion, Edir Ribeiro Paes, conta que neste ano a companhia investiu na modernização da logística interna e das operações de transferência dos produtos industrializados na planta de Cruzeiro (SP), unidade que conta com 200 mil m² de área total, sendo 40 mil m² de área construída, onde são fabricadas peças fundidas em aço para os segmentos ferroviário, de mineração e de máquinas e equipamentos para construção civil. “Há projetos em desenvolvimento. Estamos mudando formato de recebimento de insumos na fábrica e aprimorando o acondicionamento das cargas nos veículos de transferência, aplicando um conceito de controle de cubagem e custo por tonelada”, resume.
O projeto que vai alterar por completo o recebimento e o descarregamento das cargas na unidade do interior paulista é amplo e está em andamento. Paes explica que hoje ainda há um ponto específico de chegada e desembarque, processo que aos poucos está sendo descontinuado. “Recebemos diversos produtos para diferentes linhas num único ponto. Depois disso eles são enviados para o estoque para posteriormente separarmos e montarmos kits que são enviados às linhas”, descreve. De acordo com Paes, essa dinâmica leva em conta o planejamento de demanda que vislumbra as necessidades da semana.
O novo modelo, já definido, começa a ser colocado em prática. Com ele, as demandas operacionais são observadas diariamente. O executivo explica que a dinâmica agora é receber os materiais numa composição de cargas destinada a determinada linha e alocá-los próximos à área operacional. Ao todo, são quatro linhas na moldagem e quatro no acabamento. “Já conseguimos reduzir em 30% nossa movimentação interna. Anteriormente, da chegada dos materiais à planta até estarem disponíveis na linha, demorávamos três dias”, recorda. Com isso, a companhia otimizou, também, a utilização das empilhadeiras. Hoje a AmstedMaxion conta 13 empilhadeiras locadas e a meta é diminuir para 11 em até seis meses.
A logística de transferência dos itens industrializados também passou por alterações. “Desenvolvemos um programa que melhorou a unitização das carretas, pois nossos produtos não são uniformes, não sendo possível considerar uma cubagem padrão de palete”, diz Paese. O trabalho consistiu em analisar os diferentes itens produzidos e os veículos empregados e definir a composição de embarque e o mix de envio que não gerasse excesso de peso ao mesmo tempo em que era utilizada a cubagem total do veículo. Para isso, o departamento de Logística aplicou um conceito de controle de cubagem e custo por tonelada.
O supervisor conta que a companhia não realiza mais a movimentação acondicionando num veículo apenas um item produzido. Hoje, num mesmo embarque estão seis produtos distintos. “Com isso, utilizamos 98% da capacidade de transporte dos veículos, num total de seis transferências diárias. Antes do projeto, a ocupação era de 60% com 12 movimentações por dia.”
As iniciativas geram otimismo quanto às melhorias operacionais e queda nas despesas com movimentações. Paes ressalta que o trabalho de recebimento dos materiais em módulos, somado ao aproveitamento tanto da movimentação interna quanto da expedição, resultou na redução de diferenças no inventário. “Hoje nossa acuracidade é de 99,98% contra 75% antes dos projetos”, comemora. Quanto aos custos logísticos, a expectativa da companhia para ao final do ano é reduzi-los em 15%.
Planta
A unidade da Amstedmaxion em Cruzeiro tem capacidade para fabricar 85 mil rodas ferroviárias e 30 mil toneladas de peças fundidas ao ano. Hoje, ela opera plena quanto às peças fundidas e em 70% com relação à industrialização de rodas. Desse total, 20% são destinados à exportação e abastecem os mercados africano e latino-americano, principalmente Chile, Argentina e Peru.
O diretor geral da unidade de Cruzeiro da AmstedMaxion, José Santos de Araújo, diz que o desafio da companhia é manter-se alinhada às tecnologias e às demandas do mercado. “Buscamos inovação, evolução e adaptação às mudanças internas e externas”, garante.
O executivo é otimista. Para ele, a indústria ferroviária brasileira deve crescer, uma vez que o modal traz competitividade para o país. “Passamos pela crise da indústria, mas acreditamos que o Brasil vai evoluir”, afirma.