A Embaixada do Reino dos Países Baixos no Brasil reuniu a imprensa especializada no dia 6 de dezembro, no Consulado da Holanda, em São Paulo, para falar sobre os planos do país, referência em eficiência logística, para desenvolver um networking com entidades públicas e privadas no Brasil, promovendo uma troca de experiências em prol da logística nacional.
Dentre os assuntos abordados durante o encontro, destacam-se as diferenças entre os procedimentos aduaneiros desempenhados por ambos os países, a elevada burocracia que atrapalha um desenvolvimento maior da logística brasileira, a necessidade de se investir na multimodalidade e em infraestrutura e as tendências tecnológicas voltadas para o setor, como a utilização de robôs em armazéns, a aplicação de impressoras 3D na logística e a utilização de caminhões autônomos.
“A Holanda está disposta a cocriar soluções. A oferecer seus conhecimentos para o Brasil, tanto para o governo quanto para as empresas privadas”, destacou Han Peters, embaixador da Holanda no Brasil. De acordo com ele, diversos representantes e delegações dos Países Baixos vêm realizando seminários e visitas técnicas por todo o Brasil para discutir e colaborar com a logística local.
O embaixador fez questão de destacar que, embora a Holanda conte com somente cerca de 17 milhões de habitantes e pouco mais de 41 mil km² de extensão territorial (enquanto o Brasil possui mais de 207 milhões de habitantes em 8,5 milhões de km²), a posição estratégica que o país ocupa na Europa fez com que sua logística, historicamente, precisasse ser muito bem desenvolvida, e hoje a Holanda é um verdadeiro expoente no assunto.
O Porto de Roterdã, por exemplo, é o mais importante da Europa e um dos mais eficientes do mundo. Em parceria com a TPK Logística, ele está desenvolvendo, no município de Presidente Kennedy (ES), em uma área de aproximadamente 2 mil hectares, um complexo industrial portuário multipropósito privado, batizado de Porto Central.
Questionado a respeito de outros projetos concretos desenvolvidos em parceria entre os países, o cônsul geral da Holanda em São Paulo, Cor van Honk, explica que as possibilidades são inúmeras, e que somente essa troca de experiências não basta, pois o governo brasileiro precisa também fazer a parte dele. “Nós sentimos que o Brasil não possui um plano mestre de logística”, analisa. Peters concorda, e complementa dizendo que as constantes mudanças nos nomes que ocupam altos cargos prejudicam planejamentos mais efetivos. “É preciso haver mais continuidade”, explica.
Outro ponto levantado e que, segundo eles, pode ser muito interessante para ajudar a atividade logística brasileira, é a produção acadêmica holandesa. “Lá as universidades fazem pesquisas que buscam de fato resolver os problemas práticos”, diz Peters. “A cooperação entre o setor privado, o governo e as universidades é muito forte na Holanda”, completa o embaixador.