Projeto visa a modernização do contorno ferroviário de Belo Horizonte
A Vale e o Ministério dos Transportes firmaram ontem, dia 17 de novembro, um acordo para a execução do projeto de Modernização do Contorno Ferroviário de Belo Horizonte. O projeto prevê intervenções urbanas na capital do estado e na rgião Metropolitana, totalizando um investimento R$ 137,5 milhões. Com as obras, serão beneficiadas 250 mil pessoas em dez bairros. Ainda não há data estipulada para o início das mudanças, mas a previsão é de que, depois de iniciadas, as obras durem aproximadamente 30 meses.
Os investimentos em infraestrutura urbana tem como meta reduzir as interferências da ferrovia nos bairros a partir da eliminação das passagens em nível, da construção de três passarelas, três viadutos rodoviários, dois viadutos ferroviários e uma trincheira. As obras irão facilitar a circulação de veículos e pedestres e contribuirão para a melhoria da segurança das comunidades ao longo do trecho. Além disso, serão construídas áreas verdes e de lazer em locais próximos à nova faixa de domínio. Também está previsto o prolongamento da Rua Souza Aguiar, no bairro São Geraldo, em Belo Horizonte.
Outro benefício do projeto é a melhoria da segurança e maior eficiência nas operações ferroviárias com a duplicação e retificação de 8,3 quilômetros de linha férrea entre os bairros Horto e General Carneiro. Todas essas intervenções urbanas estão previstas no projeto já protocolado no Ibama, que ainda pode fazer ajustes.
Segundo o diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli, trata-se de uma importante obra. “Estou muito feliz. Este é um acordo que, há décadas, estava emperrado. Por vários motivos, ele não saía. Essa obra vai beneficiar toda a sociedade de Belo Horizonte e vai, finalmente, viabilizar a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). Agora, falta apenas resolver a questão da BR 040, por onde trafegam caminhões carregados de minério de várias mineradoras. A Vale, apesar de usar pouco essa rodovia, enfrenta questionamentos por parte da sociedade sobre os impactos do transporte. Estamos trabalhando para resolver essa questão e, com isso, eliminar mais esse transtorno à sociedade de Minas”, diz.
O processo de implantação, que inclui a contratação das empreiteiras e a realização do Programa de Aquisição de Áreas e Indenização de Benfeitorias, terá início após a compra de áreas desapropriadas contempladas no empreendimento, da liberação das licenças ambientais e da emissão dos alvarás de obra pelas Prefeituras Municipais de Belo Horizonte e Sabará. O pedido de licenciamento ambiental está em avaliação no Ibama.
O projeto de engenharia, bem como os recursos necessários à execução das obras, serão de responsabilidade da Vale. O empreendimento está sendo realizado em parceria com a FCA, concessionária da malha ferroviária centro-leste e operadora do trecho que será modernizado.
Nos períodos de pico da produção, o trecho de 8,3 km é utilizado por 28 composições, diariamente, carregadas com soja, minério, ferro-gusa e produtos siderúrgicos, entre outros. As obras tornarão o transporte mais eficiente, facilitando a movimentação de cargas entre as regiões Sudeste e Nordeste e melhorando a ligação entre as ferrovias Centro-Atlântica e Vitória a Minas (EFVM).