A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) projeta um ciclo de investimentos de pelo menos R$ 45 bilhões em obras rodoviárias até 2028, com foco em concessões federais já contratadas. Os dados, consolidados pela Superintendência de Infraestrutura Rodoviária (Surod), não incluem os valores que poderão ser agregados por meio das chamadas repactuações contratuais em curso junto ao TCU.
A expectativa para 2025 é de R$ 9,9 bilhões em obras, com crescimento nos anos seguintes: R$ 11,3 bilhões em 2026, R$ 11,8 bilhões em 2027 e R$ 12,6 bilhões em 2028. Segundo o diretor-geral interino da ANTT, Guilherme Sampaio, o país se prepara para um "grande ciclo de entregas", com início de obras e trechos sendo liberados nas concessões firmadas nos últimos anos.
“Já contratamos R$ 110 bilhões nos últimos 10 leilões e os próximos 15 podem somar outros R$ 130 bilhões. São números expressivos que mostram a força do setor”, afirmou Sampaio em entrevista à Agência iNFRA.
Entre os destaques para este ano estão:
207,3 km de duplicações
60,1 km de faixas adicionais
40 km de ampliação de capacidade
39,3 km de acessos
Implantação de um novo PPD (Ponto de Parada e Descanso) para caminhoneiros
Os investimentos envolvem grandes concessionárias como CCR RioSP, CCR Via Sul, Ecovias Araguaia, Ecovias Minas Goiás, Arteris (Fernão Dias), Via Brasil (BR-163), Triunfo Transbrasiliana, Nova Rota do Oeste e Via Araucária.
Segundo a ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), a malha concedida cresceu 14% em 2024, alcançando 28 mil km. O planejamento para 2025 prevê 30 leilões, com possibilidade de adicionar 14 mil km à malha e mobilizar mais de R$ 180 bilhões.
Até o final do atual governo, o Ministério dos Transportes pretende realizar 35 leilões – 15 em 2025 e 20 em 2026.
A ANTT também se prepara para fiscalizar de forma mais intensa os contratos repactuados, chamados de “otimizações”. A expectativa é mobilizar até R$ 110 bilhões em 14 concessões com esse processo. Para garantir o cumprimento das cláusulas, a Agência atuará com equipes em campo e relatórios trimestrais de acompanhamento.
“Essas cláusulas são resolutivas. Se não forem cumpridas, o acordo perde validade. Vamos agir com firmeza para garantir que as obras aconteçam como previsto”, concluiu Sampaio.
Com esse conjunto de ações, a ANTT consolida sua atuação como agente central no esforço de modernização da infraestrutura rodoviária nacional, ampliando a segurança e a eficiência do transporte terrestre no Brasil.