A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou nesta segunda-feira (28) uma análise da proposta orçamentária (PLOA) para 2025, destacando a redução de recursos para infraestrutura de transporte. Com um orçamento total de R$ 5,87 trilhões, apenas 0,3% (R$ 17,4 bilhões) foi destinado a investimentos nesse setor. Esse percentual representa um valor inferior ao do orçamento de 2024, sinalizando uma diminuição nos fundos para melhorias em rodovias, ferrovias e outras áreas.
A análise aponta que os recursos para os ministérios dos Transportes e de Portos e Aeroportos caíram quase pela metade, passando de R$ 65,64 bilhões em 2024 para R$ 34,91 bilhões em 2025. Essa diminuição afetou diretamente o montante destinado a investimentos, que passou de R$ 17,33 bilhões no ano anterior para R$ 15,73 bilhões.
Prioridade ao transporte rodoviário e impacto em outros setores
No detalhamento por modalidade, o setor rodoviário receberá a maior parte dos investimentos, com R$ 13,49 bilhões, o equivalente a 88,2% do total. Esse valor se justifica pela alta demanda do setor, responsável por 65% do transporte de cargas e 95% do deslocamento de passageiros no Brasil. Em seguida, o setor ferroviário contará com R$ 1,14 bilhão (3,9%), o aquaviário com R$ 282,18 milhões (2%), e o aéreo com R$ 140,2 milhões (1%).
Para as empresas estatais, o orçamento de 2025 prevê R$ 1,67 bilhão, sendo R$ 451,77 milhões para o setor aéreo, por meio da Infraero, e R$ 1,22 bilhão para o setor aquaviário, destinado principalmente à Companhia Docas. No entanto, esse valor para o setor aquaviário é inferior ao do PLOA 2024, o que resultará em menos recursos para a Autoridade Portuária de Santos e Companhias Docas do Pará e do Rio de Janeiro.
Perspectivas e recomendações da CNT
A CNT considera essa redução preocupante e afirma que a ampliação dos recursos é fundamental para garantir a qualidade da infraestrutura de transporte no país. “É preciso ampliar as dotações orçamentárias para que os investimentos públicos possam garantir a qualidade das infraestruturas de transporte no país. Essa é uma condição essencial para se ampliar a eficiência dos serviços prestados pelos transportadores”, declarou o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.