Volvo comemora dez anos de motor eletrônico no Brasil

     O D12A era o primeiro da sétima geração de motores diesel da Volvo. A vantagem do motor eletrônico é que, por ter um controle mais preciso e eficiente da injeção de combustível, até então feita por bombas injetoras, é mais econômico e menos poluente. Com duas camas em forma de beliche e altura interna de 1m95, a cabina do Globetrotter inovou na aerodinâmica: o formato cônico e ângulos suaves eram resultado de uma concepção que, desde o início, procurou reduzir ao mínimo possível a resistência do ar. Tal redução contribuiu para baixar o consumo de combustível e elevar a velocidade média.

     O motor D12, apresentado ao mercado brasileiro pela Volvo em 1994, contava seis cilindros em linhas, quatro válvulas por cilindro, injeção eletrônica de combustível, turbo e intercooler. O FH12 380 era equipado com comando de válvulas no cabeçote e com uma unidade injetora para cada um dos cilindros. "O nível tecnológico do motor já era muito alto", afirma Sérgio Gomes, gerente de Estratégia e Planejamento de Produto da Volvo. A versão lançada na época tinha 12,1 litros de cilindrada, 131 milímetros de diâmetro e curso de 150 milímetros, com uma taxa de compressão de 17,5:1.

     A outra novidade apresentada pelo D12 no Brasil, nos idos de 1994, era o VEB (Volvo Engine Brake), um freio motor que oferecia uma alta capacidade de frenagem em todas as faixas de rotação. "O VEB reduziu o desgaste dos freios convencionais, contribuindo não só para aumentar a segurança, mesmo em elevadas velocidades médias, como também para reduzir custos operacionais", lembra Bernardo Fedalto, gerente de Caminhões Pesados da montadora.

     A evolução não parou mais. O motor D12A, de 10 anos atrás, era a primeira versão da família D12. Depois vieram os D12C, em 1998, com o lançamento da nova linha de caminhões pesados e, em 2003, os D12D. Até agora, 30 mil motores eletrônicos já foram comercializados, desde a introdução no Brasil. O D12C foi desenvolvido para atingir os níveis de emissão prescritos para a Europa (Euro2) e para os Estados Unidos da América (US98), além de apresentar uma eletrônica embarcada mais desenvolvida. Já o motor D12D que integra a linha de veículos pesados lançados em 2003, é equipado com um novo sistema de injeção e um novo gerenciamento para uma combustão otimizada e menor emissão. De início importado, o FH12 380 Globetrotter passou a ser produzido no Brasil, em 1998.

     O primeiro Volvo FH vendido no Brasil (foto capa) continua em plena operação. O caminhão é hoje propriedade da Ioma Transportes, de São Bernardo do Campo (SP). O veículo faz 16 mil quilômetros por mês na rota São Paulo-Buenos Aires, transportando principalmente autopeças. "Não temos tido problemas de manutenção, que é muito baixa neste veículo", declara Dorival Candil, diretor da Ioma. Ele brinca e diz que "ele (o FH) está muito bem para a idade que tem".

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