Operadora terá a responsabilidade de gerir cinco mil TEUs por mês
A Libra Logística anunciou que começará a gerir as operações dos contêineres utilizados pela Unilever para a importação de insumos e produtos acabados utilizados em suas plantas produtivas no Brasil. Ao todo, serão cinco mil TEUs por mês sob a gestão da Libra, que aplicará a multimodalidade nas movimentações.
Antes de iniciar de fato as operações, a companhia está efetuando, desde o início do mês de março, um projeto piloto junto à Unilever. O trabalho consiste em receber contêineres carregados com polpa de tomate utilizados na produção. O presidente da Libra Logística, Eduardo Leonel, detalha a operação. “Recebemos os contêineres provenientes da China e dos Estados Unidos no Porto de Santos, levamos para nosso terminal, retiramos os produtos e entregamos os contêineres para os armadores. Após isso, acondicionamos os itens em outros contêineres, de 40 pés, e enviamos a Campinas (SP) por ferrovia. Lá, transbordamos para outra malha ferroviária até nosso porto seco instalado em Anápolis (GO), onde segue de caminhão até a planta da Unilever, em Goiânia”, descreve. O transit time, hoje, é de nove dias.
De acordo com o executivo, essa operação específica tem duração de três meses. Neste período, conta, a empresa receberá em Santos cerca de 600 contêineres de 20 pés, gerando uma movimentação de 11 mil toneladas.
Leonel explica que um dos maiores desafios da Unilever foi encontrar uma solução que evitasse o demurrage, já que muitas vezes o período de desembaraço na alfândega consome o tempo gratuito de utilização do contêiner após o desembarque. “Nós resolvemos o problema. Assim que o navio chega a carga é desembarcada e os contêineres são desutilizados e devolvidos ao armador”, garante.
Outra vantagem, agora proporcionada para a Unilever, é a visibilidade das diversas etapas do processo. Isso porque, é possível acompanhar a situação da carga pelo serviço Librahub – plataforma web que, graças a chips rastreadores implantados diretamente na carga, transmite diversas informações sobre o produto, desde posicionamento até temperatura. “Em cada local que a carga passa temos um ponto de checagem para alimentar o sistema”, lembra.
Antes de iniciar a gestão dos cinco mil TEUs, porém, Leonel reconhece que alguns aspectos devem ser melhorados. “Nosso desafio é reduzir o transit time e gerar escala para garantir o aluguel dos ativos ferroviários”, afirma.