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Mercado ferroviário de carga terá investimentos de R$ 25 bilhões

Por Redação em 19 de novembro de 2009 às 14h22 (atualizado em 19/04/2011 às 10h39)

Calculado com base nos investimentos previstos pelas esferas públicas e privadas, montante será empregado no desenvolvimento do setor até 2014

A décima edição da Feira Negócio nos Trilhos, realizada entre 10 e 12 de novembro, terminou em clima otimista graças à previsão de investimentos da ordem de R$ 74 bilhões – R$ 25 bilhões deles só para o setor de carga – a serem injetados no mercado ferroviário brasileiro nos próximos cinco anos. O montante foi calculado com base nos projetos em andamento ou em fase de implantação, como a Ferrovia Norte-Sul, a Nova Transnordestina e a extensão da Ferronorte, entre outros. “A Vale sozinha planeja empregar R$ 9,3 bilhões na expansão de sua malha, em obras que já teriam se iniciado este ano não fosse a crise. Como a recuperação veio cedo, os aportes também foram retomados”, explicou Gerson Toller, diretor do evento e da Revista Ferroviária.

“Com o aquecimento do setor, saltaremos dos 37 mil empregos, diretos ou indiretos, que geramos hoje, para cerca de 45 mil já em 2010”, comemorou Rodrigo Villaça, diretor Executivo da ANTF – Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários. Em sua apresentação, o executivo traçou um panorama de dez anos do setor desde a sua desestatização, concluída em 1997, até 2007. “Neste período a produção ferroviária cresceu 95,1%, a movimentação na malha aumentou em 81,5%, o volume de carga geral transportada teve incremento de 112% e foram criados 126,4% mais empregos”, enumerou Villaça, completando que estes patamares que só foram alcançados devido ao investimento de R$18,8 bilhões feito pelas concessionárias.

Gestão

É consenso entre os empresários do setor que o maior desafio que o país tem à frente é a infraestrutura e, mais precisamente, a intermodalidade. Para Mauro Dias, presidente da Log-In, o mercado ferroviário passa hoje pela primeira tentativa realmente forte de desenvolver-se nesses quesitos, até por uma questão de maturidade. “Logo depois da desestatização, nosso desafio era acertar a gestão das ferrovias no sentido de estabelecer padrões de produtividade e lucratividade, e isso foi o grande promotor de crescimento do nosso setor até meados desta década. Hoje, graças às recentes conquistas econômicas e políticas, o Brasil está maduro o suficiente para alçar-se a voos mais altos. A evolução operacional a que chegamos agora nos exige a integração dos serviços”, afirma Dias.

Apesar da importância dos aportes oriundos da iniciativa privada, Villaça destacou que o setor precisa, também, de investimento público. Segundo o diretor, as empresas têm sido criativas no sentido de driblar as dificuldades, citando como exemplos o desenvolvimento da locomotiva bicombustível e de dormentes fabricados em materiais alternativos como plástico e borracha, mas que há questões que têm de ser mais amplamente endereçadas. “As operadoras ferroviárias têm, junto ao governo federal, uma agenda estratégica para solucionar problemas sobre os quais elas não têm autonomia. Um dos casos mais flagrantes é a ocupação irregular das margens das ferrovias, que não só diminuem sensivelmente a velocidade dos trens, quanto aumentam a probabilidade de acidentes, e a empresa privada não tem poder para impedir”, exemplificou. Outros importantes pontos desta agenda estratégica a que se referiu o diretor da ANTF são a expansão da malha, o investimento na intermodalidade e a questão tributária.

Perspectiva

“Só a redução dos custos logísticos pode alavancar a competitividade brasileira no cenário internacional e isso depende, necessariamente, da infraestrutura disponível ao transporte de carga”, sentenciou o executivo. Para ele, a atuação conjunta pode de ambas as esferas pode elevar a malha ferroviária nacional dos atuais 28.314 quilômetros para 35 mil quilômetros em 2015. Neste cenário, a projeção é que o volume movimentado pelo setor aumente em 86% até lá.

www.antf.org.br

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