Ferrovia fará transferência paletizada para terminais do cliente no Rio e em São Paulo
A MRS Logística, operadora da malha ferroviária do Sudeste do país, anunciou ontem na Intermodal a parceria com a CSN Cimentos para o transporte ferroviário de parte da produção na nova fábrica da empresa, instalada dentro da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ) para terminais no Rio de Janeiro e São Paulo, de onde o produto será distribuído ao mercado final pelo modal rodoviário. A fábrica tem previsão de início de operações no final do primeiro semestre, mas as operações de transporte em teste tiveram início neste mês.
Para atender à parceria, foram investidos cerca de R$ 7,6 milhões no total pelas duas empresas, em desvios ferroviários que atenderão à fábrica e no projeto e reforma de vagões, que permitem o carregamento dos paletes pelos dois lados. Neste primeiro momento, foram reformados 40 vagões e a previsão é chegar a 120. Segundo o diretor Comercial da MRS, Valter Luís de Souza, os trabalhos nos vagões estão sendo conduzidos pelas empresas Maxion e Gital. “Utilizamos unidades de baixa produtividade na reforma, cujo preço é bem menor que a compra de um vagão novo”, explica Souza, afirmando que cada vagão equivale a três carretas rodoviárias, e que, portanto, cada trem representará a retirada de cerca de 120 carretas das estradas.
Além disso, foi construído um acesso exclusivo para os trens de cimento, para não interferir com as demais operações da CSN, já que no mesmo local funciona uma Usina Siderúrgica, com operação independente. A fábrica de cimento será apoiada por uma unidade complementar de calcário-não-siderúrgico, usado para fabricação de clínquer, localizada em Arcos (MG), que deverá entrar em operação no segundo semestre de 2010. O clínquer – uma das principais matérias-primas para a fabricação do cimento, ao lado da escória – também será transferido para Volta Redonda por trem, pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), operada pela Vale.
Pelo projeto, os trens da MRS terão operação dedicada, em circuito fechado. Conforme a produção for aumentando, serão colocadas novas unidades em operação. A previsão é de que a fábrica produza inicialmente cerca de 500 mil toneladas por mês ainda em 2009, devendo atingir 3 milhões de t até 2011, conforme informou o gerente-geral Comercial de Cimentos da CSN, Maurício Baptista. Quando atingir este pico de produção, a projeção é de que as operações da MRS abarquem cerca de 1,4 milhão de toneladas/mês, sendo o restante transportado pela rodovia, para os mercados mais próximos da fábrica.
A operação com cimento não é uma novidade para a MRS, que já opera o produto para outros clientes, tendo movimentado, em 2008, cerca de 1,3 milhão de t, entre granel e ensacado. A operação paletizada representa uma enorme agilidade no carregamento e descarregamento do produto em relação ao transporte de sacos a granel.
De acordo com Baptista, o cimento não é um produto para percorrer grandes distâncias, sendo ideal a produção próxima das zonas de consumo. Mas, segundo ele, embora os valores possam variar, uma operação ferroviária de cimento é competitiva para distâncias entre 500 e 600 km, o que leva a empresa a pensar em abastecer, a partir de Volta Redonda, também o mercado de Belo Horizonte, onde estuda a abertura de um CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO, e outros no futuro.