Os principais operadores logísticos do Brasil se reuniram em Ibiúna (SP) para discutir questões estratégicas, como o possível aumento da carga tributária, o futuro do trabalho e dos negócios, e o aumento dos investimentos em transformação digital, previstos para crescer 69% até 2026. A regulamentação do mercado de carbono também esteve na pauta.
Entre os temas centrais, a Reforma Tributária e o novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) foram amplamente debatidos. O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, criticou a reforma, afirmando que a alíquota será maior do que a prevista e que a guerra fiscal deve continuar até 2032. “Espero que seja aprovada uma contra-reforma antes de constatarmos o fracasso do IBS”, disse Salto.
O evento também abordou o crescente interesse em investimentos tecnológicos no setor logístico. Segundo Rodrigo Burgers, vice-presidente de Inovação e Estratégia do Grupo FCamara, os investimentos em transformação digital aumentaram 58% entre 2020 e 2023, com previsão de crescimento contínuo até 2026.
Outro tema em destaque foi a transição energética, discutida por João Quintanilha, gerente de projetos da Roland Berger, e Rubens Filho, gerente de Meio Ambiente do Pacto Global. Ambos avaliaram as oportunidades para biocombustíveis e alternativas energéticas no Brasil, destacando o papel do país no mercado de hidrogênio e amônia verdes.
Os impactos das mudanças no perfil de consumo, impulsionados pela pandemia, também foram analisados. Leonardo Julianelli, do Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), destacou a importância dos centennials e millennials na reorganização da cadeia de suprimentos.
Além disso, palestras de especialistas como Romeo Busarello, da Startse, e Thomas Brieu enriqueceram as discussões, abordando o futuro dos negócios e a importância da escutatória para líderes. O medalhista olímpico Gustavo Borges compartilhou lições sobre disciplina e performance em sua palestra "Atitude de Campeão".
“O Congresso ABOL visa aproximar os líderes do setor e promover um ambiente para troca de informações e reflexões sobre temas que influenciam diretamente nas decisões do mercado”, afirmou Marcella Cunha, diretora Executiva da ABOL.