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Grupo Polar realiza simpósio para discutir tendências da cadeia fria

Dentre os palestrantes se destacaram dois representantes da agência reguladora de Cuba, a Cecmed, e Felipe Gomes, da gerência de Inspeção da Anvisa
Por Redação em 27 de outubro de 2017 às 15h28 (atualizado às 15h36)

Com o objetivo de debater as tendências globais e soluções para a cadeia fria, o Grupo Polar realizou na última quinta-feira, 26 de outubro, o III Simpósio Grupo Polar, reunindo palestrantes especialistas no segmento. Pelo terceiro ano consecutivo a empresa reúne profissionais da indústria farmacêutica, distribuidores e operadores logísticos para discutir inovações, perspectivas e outros fatores que envolvem o setor.

O seminário foi aberto pelo diretor do Grupo Polar, Paulo Vitor de Andrade, que, além de introduzir os palestrantes, destacou uma novidade da empresa. “Nesse ano estamos preparando uma entrada forte no mercado sul-americano, pretendemos levar nossas tecnologias e nosso desenvolvimento a países como Peru, Colômbia e Argentina.”, disse o executivo.

A primeira palestra foi proferida por Jair Calixto, gerente de Boas Práticas e Auditoria Financeira do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos de São Paulo (Sindusfarma), que comentou sobre as diversas nuances da chamada Indústria 4.0. “É muito importante aplicar essas tecnologias e formas de pensar na indústria farmacêutica, tanto para aumentarmos nossa produção quanto para controlarmos melhor a qualidade dos produtos”, explicou Calixto.

O gerente do Sindusfarma ainda propôs uma série de mudanças na que visam impactos positivos na cadeia logística. “Confiabilidade, agilidade, conhecimento do processo, segurança e produtividade podem ser reflexos dessa nova empreitada.”, disse, utilizando como referência o livro “A 4ª Revolução Industrial”, escrito pelo presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, o alemão Klaus Schwab.

Na sequência, a cubana Olga Jacobo Casanueva, subdiretora do Centro Estatal de Controle de Medicamentos, Equipes e Dispositivos Médicos (Cecmed), a agência reguladora do país caribenho, falou sobre as boas práticas no setor farmacêutico e como essa proposição está diretamente relacionada aos altos padrões de qualidade. “Somos responsáveis por tudo, distribuir, comercializar, armazenar, transportar todos os remédios, respondendo sempre ao Ministério da Saúde”, disse Olga.

Foto: Alex Tajra
Foto: Alex Tajra

A microbióloga de formação ainda explicou que, em Cuba, não há qualquer tipo de legislação específica para cadeia fria, e que isso está sendo pensado para os próximos anos. “Utilizamos todas as diretrizes da Organização Mundial da Saúde”, explicou. O país é referência em saúde e possui os melhores índices de mortalidade infantil de todo o continente juntamente com o Canadá, além de ter a terceira maior expectativa de vida empatado com os Estados Unidos.

Seu conterrâneo, Humberto Pérez, do Centro Nacional de Biopreparados (Biocen), falou logo em seguida no seminário, explicando todas as burocracias que os remédios em Cuba precisam passar para serem exportados e importados. Pérez ainda relatou sobre as vacinas criadas no país e seus processos de sintetização, além de explicar as rígidas regras do sistema cubano em relação ao transporte de remédios.

“Para se ter uma ideia nós monitoramos as condições de temperatura e armazenamento produzindo três relatórios por dia. Nós registramos a temperatura do local que sai e do local que o produto vai chegar. Fazemos também um plano anual de medição de temperatura e umidade para facilitar esse processo”, disse Pérez.

O destaque do seminário ficou para Felipe Gomes, da Gerência de Inspeção e Fiscalização de Medicamentos e Insumos da Anvisa. Foi a primeira vez que a agência reguladora  brasileira participou do seminário. Gomes discutiu as atualizações da consulta pública 343, que analisa as boas práticas de distribuição e armazenagem e que deve substituir a Portaria 802/1998.

Dentre as alterações propostas pela consulta realizada está a obrigatoriedade de monitoramento da temperatura, acondicionamento, armazenagem, umidade e luminosidade dos medicamentos, inclusive a carga seca. Outra questão que a Portaria deve mudar são as exigências sobre qualificação e validações de equipamentos, ambientes e embalagens.

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