A Wilson Sons Logística está instalando um recinto alfandegado a 1 quilômetro do Porto de Suape, em Pernambuco, região considerada hoje um dos principais polos de investimento do país. Em 2013, a empresa já havia inaugurado no local um centro logístico (CL), num terreno de 78.726 metros quadrados, que agora será compartimentado para abrigar os dois recintos, o alfandegado e o aberto.
De acordo com o diretor executivo da empresa, Thomas Rittscher III, a decisão faz parte da estratégia do Grupo Wilson Sons de ter presença forte em regiões com grande desenvolvimento. E Pernambuco se encaixou como uma luva. “Quando olhamos para o estado, os indicadores, o crescimento de Suape e o volume de importações, percebemos que é hoje uma das regiões mais pujantes do país. Então, além do que já existe atualmente, ainda tem mais por vir. Foi isso que nos atraiu. Não tivemos nenhum tipo de incentivo, foi interesse mesmo, além da insistência de alguns clientes, que sempre demandavam estruturas no estado”, coloca Rittscher, afirmando que a empresa quer marcar posição como um dos principais players na região.
Embora a operação local ainda não seja volumosa, já que, com o porto seco, grande parte da área do CL ficou indisponível para as operações não alfandegadas, as perspectivas são tão boas que a empresa já pensa em expansão. O porto seco – que ainda está em processo de alfandegamento e não está operando – ocupa uma área de 11.800 m2 e o CL ficou com 7.900 m2, além de 37.450 m2 de pátio alfandegado. Ele terá capacidade para movimentar 29 mil TEUs ao ano, com 16 mil posições palete no armazém e 1.255 TEUs na armazenagem de contêineres.
Os investimentos na unidade, segundo o diretor, somam R$ 11 milhões no porto seco, além dos R$ 7 milhões que já haviam sido investidos no centro logístico. A ideia é que os dois funcionem de forma integrada, como já ocorre em Santo André, na região do ABC paulista, onde a Wilson Sons também tem um complexo com porto seco e armazém geral. “Quando o alfandegamento estiver concluído, vamos operar como um complexo logístico, que oferecerá uma solução integrada atendendo toda a cadeia, da importação até o mercado doméstico.”
Rittscher adianta que fechou recentemente dois grandes contratos para Pernambuco, cujos clientes não podem ser revelados. “Um deles é uma multinacional de bens de consumo, que vai desviar parte do que vinha do exterior para Pernambuco, para fazer a distribuição regional, a partir de nossa estrutura.” Segundo o executivo, a proximidade com um porto de vocação importadora, como Suape, é muito interessante para a estrutura que a empresa está montando, pois as cargas podem entrar em regime alfandegado, ser nacionalizadas e já ir para o CL, sem a necessidade de mais uma perna de transporte.
De acordo com o diretor, o porto seco irá atender ao comércio exterior, aproveitando todo o volume do complexo portuário e industrial de Suape, que movimentou mais de 300 mil TEUs em 2013 e espera fechar 2014 com 400 mil TEUs. Além da proximidade com Suape e com Recife, da qual está a apenas 39 km, o porto seco aproveita ainda a localização central de Pernambuco, estando a 156 km de João Pessoa e a 223 km de Maceió, outros importantes centros consumidores do Nordeste.
Por isso, além das importações, a unidade também será importante para o abastecimento da região, com produtos principalmente dos segmentos farmacêutico, automotivo, de bebidas e químico. Vale lembrar que Pernambuco concentra hoje um grande número de fabricantes de bebidas e irá receber a nova fábrica da Fiat – prevista para iniciar a produção ainda este ano – que atrairá para o estado um cluster de sistemistas, que são os fornecedores de partes e peças para a montadora.
“Estamos muito animados com esta operação. O porto seco Suape tem potencial para se tornar um dos principais terminais alfandegados do país”, acredita Rittscher.