A Wilson, Sons Logística mostrou, no último dia 18 de julho, com exclusividade à Revista Tecnologística, o seu novo Centro Logístico de Distribuição e Armazenagem, localizado em Itapevi, na Grande São Paulo. Na ocasião, a empresa também revelou os planos de expansão de suas operações em território nacional.
O novo CD da companhia é uma estrutura composta por três módulos de cinco mil m² cada, com 13 mil posições-palete, 18 docas e 12 metros de pé-direito. A estrutura fica dentro do Centro Logístico Itapevi, construído pela Sanca, com uma área total de 97.156 m².
A estrutura demandou investimentos da ordem de R$ 10 milhões, destinados à aquisição de porta-paletes, empilhadeiras, data center, estrutura de segurança e estanterias. Os equipamentos são compostos por 11 transpaleteiras da Paletrans, três empilhadeiras elétricas e uma a gás, todas da Hyster, e estanterias instaladas pela Águia Sistemas.
O diretor de Terminais e Transportes da Wilson, Sons, Christian Sandke, enfatiza os diferenciais da unidade. “O sistema de segurança CFTV (Circuito Fechado de Televisão) conta com câmeras digitais e histórico de gravação. Possuímos, ainda, um pátio externo de sete mil m² para armazenar equipamentos de grande porte, como máquinas, tratores e veículos.”
Para o diretor-executivo da Wilson, Sons Logística, Thomas Rittscher III, a nova unidade faz parte da estratégia de expansão da empresa na área de terminais. “Temos uma operação logística integrada à Estação Aduaneira Interior (EADI), localizada no Complexo de Santo André (SP), onde estávamos limitados no que poderíamos oferecer em nossas operações alfandegadas e não alfandegadas”, explica o executivo. Rittscher ressalta que a empresa está em processo de realfandegamento total da unidade e, por conta disso, buscou outra área para onde pudesse migrar e expandir as operações não alfandegadas já existentes em Santo André, fechando toda a cadeia logística e atendendo às necessidades dos clientes, oferecendo serviços específicos que demandam operações diferenciadas e até mesmo serviço in-house.
Com a nova estrutura, a Wilson, Sons traz seus clientes do EADI para operar em Itapevi. “Temos Ansell, Dellonghi, Adapt, BMW, GE, Louis Vuitton, TSI, Cisco e L’Occitane”, revela o gerente de Terminais e Transportes da empresa, Ricardo Jacinto. Além destes, estão em Itapevi a Hinterwalter e a Coverplast. “Temos a expectativa de, num prazo de dois a três meses, ter todos os clientes de Santo André atuando em Itapevi conosco”, diz Rittscher. Segundo ele, a Wilson, Sons tem por objetivo oferecer operações completas para os clientes.
“Já oferecemos operações integradas para clientes como a companhia de cosméticos L’Occitane e para a Ansell – empresa global voltada para soluções de proteção como luvas e roupas industriais. Nesta última, a operação, que começou dentro do EADI, marcou o início da atuação da empresa no Brasil. A GE é outro caso interessante, que abrange toda a gestão dos equipamentos de diagnósticos da empresa, envolvendo entrega, preparo e retorno de peças e máquinas para conserto. Para atendê-la, será montada uma estrutura dentro do CD de Itapevi, onde serão realizados os reparos desses equipamentos. Uma sala específica para descontaminação dos aparelhos trazidos de hospitais também será instalada. Essa operação é bastante crítica e requer vários requisitos, como uma certificação de conformidade e excelência”, continua o executivo.
Além disso, a Wilson, Sons está com um foco diferenciado para empresas que apresentem operações de menor porte, como é caso da GE e da BMW. “A maioria dos operadores fica focada nas grandes operações. Se trabalharmos com empresas e operações de menor porte, poderemos estabelecer um relacionamento mais estreito e, assim, oferecer mais serviços agregados. Isso se torna interessante e diversifica ainda mais nossa carteira”, acrescenta Christian Sandke.
Rittscher explica que as grandes empresas costumam fatiar a cadeia, contratando diferentes operadores para cada tipo de serviço. Isso impossibilita a integração de soluções mais completas a fim de oferecer o end to end. “Conseguimos oferecer esse tipo de solução quando pegamos um cliente de tamanho um pouco menor, como é o caso da Ansell, que apesar de ser uma empresa global, ainda possui uma operação pequena no Brasil. Eles começaram pequenos conosco lá no EADI e hoje já vêm crescendo 40% ao ano; e nós estamos crescendo junto com eles”, revela o diretor executivo.
Para viabilizar o novo Centro de Distribuição em Itapevi, a Wilson, Sons contou com os serviços da consultoria Ernst & Young , analisando e revendo todos os processos e formas de trabalho que já vinham sendo praticados no EADI para, posteriormente, implantar em Itapevi. “Eles ficaram três meses conosco revendo todos os processos, padronizando e identificando oportunidades de melhorias nas operações”, conta Sandke.
Expansão
Analisando as projeções e planos para expansão e melhorias nas operações da Wilson, Sons, Thomas Rittscher diz que a empresa está escolhendo muito bem os segmentos em que quer atuar e também analisando as oportunidades para agregar cada vez mais serviços à sua carteira, para criar maior confiabilidade e aumentar a fidelização dos clientes. “Até o momento, oferecemos basicamente o recebimento e a armazenagem das cargas, mas pretendemos oferecer, a partir de outubro, os serviços de transporte e distribuição. Já recebemos propostas de transportadoras para atuarem junto conosco no CD de Itapevi”, completa.
Outros serviços que a operadora logística pretende disponibilizar futuramente são a câmara fria e duas salas climatizadas, uma a 25 graus e outra entre 2 e 8 graus, para atender à demanda de armazenamento de equipamentos da GE e suprir a indústria farmacêutica.
Outro serviço que está em fase de finalização é o portal SintraWeb, que receberá as informações do WMS e do TMS, desenvolvidos pela RedPrairie, que os clientes poderão acessar com senha ou ligar na central de atendimento para obter informações sobre posição do carregamento e possíveis desvios ou ocorrências. O cliente também poderá registrar reclamações que, por sua vez, serão analisadas por um executivo de contas que verificará os indicadores das operações para melhorar os processos e serviços disponibilizados pela empresa. A Wilson, Sons também está implantando um serviço de atendimento operacional que cria interfaces com o cliente, permitindo o acompanhamento da demanda desde a chegada do pedido até o final do ciclo.
Para a inauguração oficial do novo CD, a empresa aguardava apenas a finalização do realfandegamento e a licença da Anvisa que, segundo o diretor-executivo, deveriam estar concluídas até o final do mês de julho. A empresa irá inaugurar, ainda, no final deste ano, outro Centro Logístico em Suape, onde armazenará também contêineres.