A Capital Realty, desenvolvedora e administradora de ativos imobiliários no setor de infraestrutura logística, que concentra seus investimentos em Canoas (RS), Esteio (RS), Itajaí (SC) e Campina Grande do Sul (PR), está investindo em ampliações e inauguração de estruturas de olho no aquecimento do mercado.
O otimismo não é à toa. A consultoria Nai Brazil divulgou, neste mês de março, as projeções para 2018 do setor de galpões logísticos. De acordo com os dados aferidos pela empresa, o cenário deve crescer na Região Sul, com potencial de absorção bruta em torno de 145 mil m², crescimento de 30% em relação a 2017. Ainda segundo o estudo, com a inflação sob controle e a economia ensaiando uma sensível recuperação, o varejo já dá sinais de melhora e é possível prever redução da vacância. O setor deve recuperar parte das perdas, mesmo com forte pressão dos clientes para que as empresas de condomínios logísticos baixem o preço.
O gerente nacional da Nai Brazil, Rogério Luz, diz que se tudo ocorrer como o previsto o mercado de galpões do Sul deve voltar a crescer, sem receber volume elevado de novo estoque, fazendo com que a disponibilidade se mantenha estável com viés de queda. Para o executivo, concessões como prazo de carência para pagamentos e descontos regressivos devem ditar os negócios. “Conforme o ciclo, o inquilino ainda terá mais poder de barganha mesmo com uma perspectiva de retomada da economia”, explica.
A Capital Realty, de olho no cenário promissor, já iniciou suas ações. Em Canoas, por exemplo, a companhia finaliza a terraplanagem para a construção de um novo condomínio logístico, o Mega Centro Logístico Canoas. Com investimento total de aproximadamente R$ 300 milhões, a estrutura contará com 160 mil m² de área construída. Após a terraplanagem, a previsão é de que a construção do condomínio comece em 2019. O empreendimento gerará aproximadamente 3.500 vagas diretas de trabalho e outros 7 mil postos indiretos.
Segundo o presidente da Capital Realty, Rodrigo Demeterco, trata-se do maior empreendimento da empresa e o de maior porte e relevância em toda a Região Sul. A localização, a cerca de 10 km da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, foi fundamental para a escolha de Canoas.
“Todos os setores enfrentaram um período complicado com a crise econômica do país, o que fez com que as empresas pisassem um pouco no freio. A previsão é de que 2018 seja relativamente melhor, então naturalmente o mercado começa a reagir. Nós estamos retomando os investimentos e ampliando nossos serviços para melhoria constante do atendimento”, diz Demeterco.
Em Itajaí, a Capital Realty planeja iniciar ainda este ano a ampliação do complexo Mega Centro Logístico Itajaí. Serão mais 30 mil m² de área construída, totalizando mais de 82 mil m² no condomínio já existente. O investimento para a ampliação será de aproximadamente R$ 60 milhões. Na Região Sul, a administradora já sente um aumento na procura por armazéns, cerca de 20% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Vale lembrar que no início de 2017, a Capital Realty inaugurou a expansão de seu condomínio logístico em Campina Grande do Sul, para atender a Bosch, que transferiu toda a divisão de ferramentas elétricas de São Paulo para a região metropolitana da capital paranaense. O investimento da Capital Realty foi de R$ 20 milhões em infraestrutura. Com isso, o Paraná ficou em segundo lugar em locação de condomínios logísticos modulares, atrás apenas do mercado paulista, segundo dados da Nai Brazil.
Desempenho
A Região Sul terminou 2017 com um valor médio pedido por m² de R$ 17,08 ante R$ 16,55 no mesmo período em 2016. A absorção bruta foi de 120 mil m² em 2017 frente os 224 mil m² em 2016. Já a absorção líquida foi de 88 mil m², contra 109 mil m².
Ainda que o primeiro semestre de 2017 tenha registrado pouca movimentação, a segunda metade do ano mostrou números animadores, que projetam cenário melhor para 2018, de acordo com a Nai Brazil. A expectativa é de que em dois anos a relação entre demanda e oferta esteja mais equilibrada.
De acordo com a análise da consultoria, a absorção bruta em 2017 ficou 24% abaixo do que foi registrado em 2016. A disponibilidade já esteve maior e foi sendo reduzida ao longo do ano, mas encerrou 2017 nos mesmos patamares de 2016, próximo a 26%. “Mesmo que a entrega de novos empreendimentos tenha sido menor se comparada aos anos anteriores, a absorção líquida não evoluiu no mesmo ritmo e foi determinante para a manutenção da disponibilidade ainda em patamares elevados”, informa Luz.
Ainda de acordo com o executivo da Nai, o valor médio pedido por m² no país de outubro a dezembro de 2017 foi de R$ 19,03 ante R$ 19,29 no trimestre anterior. No estado de São Paulo, o preço pedido passou de R$ 18,65 para R$ 19,18. A absorção bruta no mercado paulista foi de 900 mil m² e a líquida de 368 mil m². Foram entregues 58 mil m² no estado de outubro a dezembro. A vacância ficou em 27%, abaixo dos 28,8% do fim de outubro.