Apesar da crise, faturamento cresce e país se consolida como o primeiro mercado mundial da Volvo Trucks
Apesar de ter sido um ano difícil, principalmente no primeiro semestre, 2009 está longe de ser considerado perdido para a Volvo do Brasil. Mesmo com a queda acentuada nas exportações e vendas inferiores a 2008 – seu melhor ano na história no país – a subsidiária brasileira superou a marca de 2007 e ainda consolidou-se como o maior mercado de caminhões da montadora em todo o mundo, à frente de Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Suécia.
A Volvo fechou 2009 com um faturamento de R$ 3,2 bilhões, tendo vendido 8.730 unidades no Brasil e 10 mil na América do Sul. Embora inferior aos números de 2008, quando foram vendidas 10.134 unidades no país, o resultado superou 2007, com 7.853 caminhões vendidos.
Para Tommy Svensson, presidente da Volvo do Brasil, os bons resultados devem-se, por um lado, às medidas corretas tomadas pelo governo brasileiro para defender o mercado da crise e, por outro, aos lançamentos acertados da montadora. Medidas como a expansão do crédito e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), foram fundamentais para os resultados.
O presidente afirmou torcer para que o mundo volte a crescer em 2010 e apontou alguns mercados já em recuperação, como Chile e Peru. O primeiro, que em 2009 apresentou uma queda de 40% tem perspectiva de crescimento de 4,5% para este ano. Dentre as regiões do mundo, a América do Sul foi a que mais se destacou, passando de 12% para 21% de participação no faturamento global da empresa, graças principalmente aos resultados do Brasil.
Para este ano, as perspectivas da Volvo são bastante otimistas e a empresa espera vender cerca de 15 mil unidades na região “O crescimento estará ainda muito calcado no mercado interno, o que reduz os riscos de flutuação”, afirmou o gerente de planejamento estratégico da empresa, Sérgio Gomes. Ele apontou vários fatores que fazem com que a Volvo esteja otimista, entre eles o crescimento industrial, o aumento da safra de grãos e o índice de confiança do consumidor, que já está no mesmo índice pré-crise.
A montadora mantém sua disposição de investir R$ 460 milhões no país no triênio 2009-2011, dos quais US$ 30 milhões já foram aplicados no ano passado. Os recursos são gerais, incluindo ônibus, caminhões e concessionárias.
Para dar conta do crescimento, a montadora abriu, no final de janeiro, o segundo turno de produção na linha, que exigiu a contratação de 250 pessoas. A empresa não descarta novas admissões caso o crescimento do mercado justifique.
Vendas e serviços
A Volvo comemora também a melhor marca de sua história no Brasil na área de financiamentos, seguros e consórcio. A Volvo Financial Services Brasil, braço financeiro da empresa, fechou 2009 com uma carteira de R$ 2,4 bilhões, crescimento de 41% sobre o resultado de 2008, com R$ 1,7 bilhão. No ano passado, a área foi responsável pelo financiamento de 44% das vendas de caminhões da marca, contra os 36% registrados no exercício anterior.
A VFS acaba de receber um aporte de recursos de R$ 90 milhões do Grupo Volvo, para aumentar o volume de financiamento dos veículos da marca o que, de acordo com o seu diretor-presidente, Adriano Merigli, demonstra a confiança da empresa no país. Ele destacou a importância do programa Pró-Caminhoneiro para os resultados do ano passado, quando a modalidade financiou R$ 80 milhões entre agosto e dezembro, com 85% deste volume destinado a autônomos ou pessoas físicas. A Volvo é também a única montadora no país a financiar caminhões usados pelo programa PSI do BNDES, que cobre veículos de até 11 anos.
Na área de pós-vendas, a Volvo terminou o ano com outro recorde histórico: 50% dos caminhões já saem de fábrica com algum tipo de programa de manutenção. Para se ter uma ideia do crescimento desta área, em 2004 apenas 24% dos veículos saíam com este tipo de contrato, pelo qual a montadora se encarrega de cuidar da manutenção da frota do transportador, com vários tipos de cobertura. Além do maior número de veículos contratados, os prazos também estão se ampliando de uma média de 21 meses em 2007 para 34 meses em 2009. Hoje, a empresa tem em carteira nove mil contratos ativos.
Para a montadora, isto mostra uma evolução dos transportadores, que estão valorizando mais o custo por quilômetro e entenderam a importância de ter o veículo rodando, o que representa produtividade.
A empresa credita de seus resultados também, é claro, ao sucesso de seus produtos no mercado, com a consolidação da linha VM e o sucesso da nova linha F. O pesado FH 440 cv foi o mais vendido de sua categoria em 2009, com 3.819 unidades comercializadas.
No evento, Tommy Svensson aproveitou para se despedir, já que deixa a presidência da subsidiária brasileira no final de março. Em seu lugar, assume o também sueco Roger Alm (veja em www.tecnologistica.com.br/site/5%2C1%2C16%2C25699.asp).