Apesar do cenário nebuloso, empresa considera satisfatório o resultado do ano passado e já se blinda contra os efeitos da crise em 2009
O Grupo Hamburg Süd divulgou, com certo alívio, o acumulado de 2008, informando que considerou satisfatório o resultado alcançado. A empresa transportou 2,7 milhões de TEUs, contra os 2,1 milhões de TEUs movimentados em 2007, o que representa um aumento de cerca de 25% na atividade durante o exercício. Embora o índice de crescimento dos embarques tenha despencado da casa dos dois dígitos para 5%, foi bastante comemorado devido às condições do cenário econômico mundial. Seguindo essa mesma tendência, a capacidade ociosa dos porta-contêineres subiu mais de 13%, ficando aproximadamente em 12,4 milhões de TEUs.
Os números apresentados referem-se às operações da própria Hamburg Süd, da Aliança Navegação e Logística, da Rudolf A. Oetker, da Furness Withy Chartering e da Costa Container Lines, adquirida em dezembro de 2007. O resultado de todos os negócios do grupo, chamado de turnover, ficou em 4,5 bilhões de euros, o que indica um incremento de 24%. Deste total, 15%, ou 3,6 bilhões de euros, correspondem ao crescimento orgânico da companhia. O restante decorre da incorporação dos negócios da CCL. Os investimentos atingiram a marca de 570 milhões de euros, pouco abaixo do recorde alcançado em 2007, que foi de 600 milhões de euros.
Os negócios da Hamburg Süd foram mais afetados nos trades da Ásia, Europa e América do Norte para a Costa Leste da América do Sul. Na perspectiva da América do Sul, os volumes do mercado caíram mais de 40% nas importações e 20% nas exportações, em janeiro de 2009, se comparados com o início de 2008. A tarifa dos combustíveis representou um encargo especial para as companhias de navegação, pois continuaram a aumentar consideravelmente. Os preços de óleo pesado, em média US$ 475/tonelada, ficaram novamente quase 40% acima dos níveis do ano anterior, atingindo um pico de US$ 715/tonelada em julho. Os custos de manuseio e de transporte terrestre também subiram exageradamente, em função dos altos preços dos combustíveis.
Perspectivas
No primeiro trimestre de 2009, o volume dos serviços manteve-se cerca de 20% abaixo daquele verificado no mesmo período do ano passado. O mesmo aconteceu com a média de faturamento, que também perdeu cerca de 20 pontos percentuais, apesar das medidas de reação implantadas pela Hamburg Süd. Para se blindar dos efeitos da crise econômica mundial, a empresa primeiro reduziu a capacidade do trade entre Ásia, México e costa oeste da América Latina, em fevereiro, e no mês seguinte, fez o mesmo com a linha que liga a região mediterrânea à costa leste da América Latina. O grupo informa, no entanto, que as medidas instituídas não serão suficientes para assegurar, em 2009, os mesmos níveis de desempenho e de fluxo de caixa obtidos nos últimos anos.